Este foi um dos filmes que mais gostei de ver nos últimos
tempos, e tenho visto muitos! É um filme desconfortável que nos faz desligar do
que está à nossa volta e entrar na noite citadina repleta de acidentes e crimes
de sangue. A história é dark, muito dark, e é alimentada por uma personagem de
mente distorcida e perfil sociopata. Lou Bloom (Jake Gyllenhaal) vê-se obrigado
a roubar de tudo para ganhar a vida mas não é por falta de tentativas ou
capacidade que não consegue um emprego. Apesar da vida que leva, sempre se
dedicou a estudar e a estar informado para poder corresponder às expectativas
dum eventual empregador. Esse momento nunca chega e Bloom agarra uma
oportunidade que desconhecia existir, filmar resultados sangrentos de acidentes
rodoviários e crimes logo após estes terem acontecido e enquanto a polícia ou os bombeiros ainda
trabalham nos locais. As imagens são chocantes mas Bloom e Nina (Rene Russo), uma
jornalista experiente, não se deixam impressionar e promovem as suas carreiras
com base nisso. Mas Bloom está disposto a ir mais além para ter sucesso e
eliminar a concorrência.
Jake Gyllenhaal está feito um caso sério de um ator capaz de
fazer papéis diferentes e complexos com interpretações de níveis
extraordinários. É de uma injustiça tremenda que não tenha sido nomeado para um
Óscar com este filme. Já o argumento foi nomeado, e bem. A história
desenvolve-se de uma forma em que parece que estamos a adivinhar o que vai
acontecer de seguida mas nem queremos acreditar. Talvez este filme peque por
não ter um final grandioso, visto que os níveis de adrenalina vão sempre
crescendo, mas, por outro lado, é perfeitamente coerente com o resto da
história.
O Repórter da Noite é, para mim, um dos melhores filmes
deste ano embora num registo diferente dos restantes e pouco comercial.
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