sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O melhor bolo de chocolate do mundo

Uma questão polémica, bem sei. Há até quem tenha "colado" esta etiqueta à sua receita de bolo de chocolate, uns com mais legitimidade, outros com menos.

Ok, o brigadeiro é aceitável, a delícia de chocolate da bimby deixa-nos com os olhos em bico mas, para mim, o melhor bolo de chocolate do mundo é o da Landeau!

Só de me lembrar daquelas maravilhosas fatias cresce-me água na boca e reviram-se-me os olhos. É suave e ao mesmo tempo intenso, delicioso sem ser enjoativo, contudo, uma fatia satisfaz-nos em pleno e é melhor nem pensar em repetir.

Para quem ainda não provou aconselho vivamente uma visita urgente à loja no LX Factory ou à do Chiado, ambas de decoração encantadora onde, numa mesa gigante, desconhecidos lambuzam-se lado a lado com esta iguaria.

Landeau

RECOMENDO VIVAMENTE MAS COM MODERAÇÃO

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Benfica, Benfica e mais Benfica

Não é nosso hábito trazer para aqui o Benfica. Também não foi para contarmos a nossa vida que criámos este blog. Mas, de quando em vez, lá vamos deixando escapar uma ou outra coisa da nossa vida pessoal que nada têm a ver com férias, interesses culturais ou saídas nocturnas e diurnas. Este é um desses momentos que, no meu entender, se justifica plenamente :)

Hoje, o novo membro da nossa família foi-se registar na nossa nação. Como já perceberam, não estou a falar do registo civil, esse já foi feito e não é suficientemente importante para trazer para aqui. Pelo contrário, o registo na nação benfiquista, uma verdadeira família de proporções mundiais, é algo com que ele se pode vir a identificar num futuro próximo e para o resto da sua vida. Algo que eu pretendo vir a dar uma ajuda.
A data não foi deixada ao acaso. Espero que ele venha a poder dizer que é sócio do Benfica desde o dia em que o Benfica ganhou o seu terceiro título europeu.

Agora sim, ao oitavo dia, começou a vida a sério. Agora és benfiquista!

domingo, 2 de março de 2014

E se nós mandássemos nos Óscares

Depois de várias horas passadas a ver os "melhores" filmes do ano e depois de muito trabalho (com agrado) a escrever sobre eles, dando a nossa opinião mais genuína, o trabalho ficaria a meio se não divulgássemos aqui as nossas escolhas antes da atribuição dos prémios. Então aqui vai, se nós mandássemos nos Óscares ganhariam estes:

Tania

Filme: Uma História de Amor
Realizador: Alfonso Cuarón (Gravidade)
Ator principal: Leonardo DiCaprio (O Lobo de Wall Street)
Ator secundário: Jared Leto (O Clube de Dalas)
Atriz principal: Cate Blanchett (Blue Jasmine)
Atriz secundária: Lupita Nyong'o (12 Anos Escravo)
Argumento adaptado: O Lobo de Wall Street
Argumento original: Blue Jasmine

Filipe

Filme: Uma História de Amor
Realizador: David O. Russel (Golpada Americana)
Ator principal: Christian Bale (Golpada Americana)
Ator secundário: Jared Leto (O Clube de Dalas)
Atriz principal: Meryl Streep (Um Quente Agosto)
Atriz secundária: Jennifer Lawrence (Golpada Americana)
Argumento adaptado: Antes da Meia Noite
Argumento original: Uma História de Amor

Venha a cerimónia para consagrar quem merece... ou não!

Óscares 2014 - Nebraska e Filomena

Dois filmes simpáticos que abordam temas profundos, interpretados magistralmente. Um retrata-nos uma história verídica passada na Irlanda há 50 anos atrás e outro uma América profunda. Em ambos a velhice aparece quase como tema central.

Nebraska

Sinceramente estava com expectativas completamente erradas em relação a Nebraska. Pensava que seria um filme enfadonho, demasiado introspectivo, com aquela necessidade de interpretar silêncios que nos deixa aparvalhados (expressão com direitos de autor de Diogo Guerra I) o que me deixava com pouca vontade para o ver. Não sei se culpa destas pré-concepções, acontece que gostei muito do filme, aliás fui gostando cada vez mais ao longo da viagem até Lincoln, porque este filme revela-se aos poucos e o ambiente pesado do preto e branco passa a ser descontraído e bem disposto, culminando num final que... e mais não digo, vejam! Não me parece merecedor do Óscar de melhor filme mas ainda bem que o destacaram este ano porque caso contrário muito provavelmente não o teria visto. Quanto ao Óscar de melhor ator principal, parece-me que Bruce Dern é um forte candidato. Este filme está ainda nomeado para melhor atriz secundária (June Squibb), melhor argumento original, melhor realização e melhor cinematografia.

Nebraska - Trailer

IMDB
Rotten Tomatoes

RECOMENDO SER VISTO NA COMPANHIA DE AVÓS

Filomena

Filomena é outro filme que nos deixa bem dispostos, apesar dos momentos dramáticos e da história em si. Como é que nos deixa bem dispostos? Uma Judi Dench estonteante! Ela emociona-nos, faz-nos nos rir, faz-nos explodir de revolta e depois acalma-nos. Este é um filme que não vive apenas de um bom argumento mas expande-se com as interpretações dos atores principais. Steve Coogan surge num registo não muito habitual, mas parece-me que se safa muito bem dando mais valor ao facto de neste filme nenhum personagem ser um  estereótipo mas sim uma pessoa com o seu feitiozinho muito vincado. Novamente não me parece merecedor do Óscar de melhor filme mas não me choca que seja um dos nomeados. Novamente, quanto ao Óscar de melhor atriz principal, Judi parece-me uma forte candidata. Restam-lhe ainda as nomeações para melhor banda sonora original e melhor argumento adaptado. Já só faltam umas horinhas para o sabermos.

Philomena - Trailer

IMDB
Rotten Tomatoes

RECOMENDO

Outros filmes deste ano:
Uma História de Amor e O Clube de Dalas
As sequelas de Hobbit, Iron Man, Star Trek e Hunger Games

sábado, 1 de março de 2014

Óscares 2014 - Uma História de Amor e O Clube de Dalas

Estes dois filmes são os meus favoritos "deste ano", filmes poderosos que nos deixam a pensar e que partilham as nomeações para melhor filme e melhor argumento original.

Uma História de Amor

Este filme é especial, é uma pérola, um ensaio sobre a essência humana. Pôs-me a pensar no que significa realmente o amor através das várias relações que Theodore conserva na sua vida. Muito introspectivo, de uma beleza que às vezes é rara de encontrar no cinema. Joaquin Phoenix está excelente. Quem já o viu noutros registos terá dificuldade em reconhecê-lo mas nem por isso está nomeado para melhor ator, uma injustiça tremenda. Apesar disso, o filme está nomeado para cinco Óscares, incluindo banda sonora original, de Arcade Fire, fantástica, e melhor música, "The moon song", interpretada por Karen O.
Sem querer revelar muito da história, sempre pensei que aqueles filmes em que máquinas com inteligência artificial se tornavam hostis ao Homem eram um pouco absurdos! Porque não juntarem-se e irem à vida deles já que nós seríamos pouco capazes de os entreter ou interessar? Enfim, falta dizer que não consigo imaginar um futuro em que a evolução da alta costura e da moda nos levam a usar calças daquelas!
Uma História de Amor é, para mim, não só o filme do ano como um dos melhores filmes dos últimos anos.

Her - Trailer

IMDB
Rotten Tomatoes

RECOMENDO SEM VER O TRAILER

Clube de Dalas

O Clube de Dalas vive de um argumento excecional, de interpretações fantásticas e foca um tema, infelizmente, ainda atual. O enredo expõe a ignorância relativamente às doenças sexualmente transmissíveis nos anos oitenta, nomeadamente a SIDA, e também os "buyers clubs", clubes que distribuiam medicamentos legais a sócios mediante uma quota mensal. É interessante perceber que Ron Woodruf (McConaghey) entendeu a fatalidade da sua situação e, melhor do que ninguém, incluindo as autoridades de saúde, soube que o mais importante para alguém como ele seria o conforto duma vida "normal" ao invés duma esperança desporporcionada e ingénua. O conceituado jornal britânico The Guardian tem uma versão interessante da (i)realidade desta história.
Este filme conta com seis nomeações, das quais se destacam as duas de representação para Matthew McConaughey e Jared Leto. Quanto ao primeiro, finalmente um filme de jeito depois de mais de dez anos a interpretar papéis em fantochadas cómico-românticas (não vi Um Rapaz do Sul, de 2012). Transformou-se e revelou-se mas duvido que ganhe a estatueta. Já relativamente a Jared Leto a conversa muda de figura. É um ator de eleição e a primeira nomeação para um Óscar chega tardia. O talentoso cantor e ator  foi um gordo Mark David Chapman em Capítulo 27 e agora um magérrimo transsexual toxicodependente. Fassbender (12 Anos Escravo) e Abdi (Capitão Phillips) serão os seus competidores de maior valia mas seria uma injustiça se Leto não ganhasse o prémio.
O Clube de Dalas é, para mim, um dos filmes do ano.

Dallas Buyers Club - Trailer

IMDB
Rotten Tomatoes

RECOMENDO MUITO

Outros filmes deste ano:
As sequelas de Hobbit, Iron Man, Star Trek e Hunger Games

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Óscares 2014 – As sequelas de Hobbit, Iron Man, Star Trek e Hunger Games

Parece óbvia a razão de juntar estes quatro filmes. Quatro mega produções. Quatro êxitos de bilheteira. Quatro filmes de ação. Quatro histórias de heróis e vilões. Quatro sequelas de filmes já estreados e cheios de sucesso comercial. Enfim, efeitos especiais a transbordar e nomeações para Óscares à mingua. Todos juntos conseguiram cinco nomeações das quais três para efeitos visuais e mais dois para efeitos de som sendo que Catching Fire repetiu a prestação do primeiro Hunger Games, nenhuma nomeação. São bons filmes para ver naqueles cinemas com telas gigantes e um sistema de som bombástico. Perde-se algo se forem vistos em casa, na TV, por muito boa que seja.

Homem de Ferro 3

Este filme é mais um passo na “humanização” de Tony Stark. Tem efeitos visuais absolutamente fantásticos e uma cadência de ação vertiginosa. O elenco também ajuda. Robert Downey Jr. nasceu para estes papeis e Guy Pearce, Gwyneth Paltrow e Ben Kingsley são muito bons. Gostei, ainda assim, parece-me que a Marvel está a esticar a corda. Será que vamos ter mais um Iron Man e mais uma banalização dum super-herói em Hollywood?

Iron Man 3 - Trailer

Box Office: 408 milhões de dólares

Star Trek: Além da Escuridão

Este foi uma surpresa para mim. Nunca fui fã desta saga e não tinha visto o primeiro. Parece-me um bocado fantochada, um género de Star Wars versão marca branca ou low cost ou wanna be, o que quiserem! A verdade é que gostei deste filme, de tal modo que fui ver o primeiro logo de seguida. Também tem bons efeitos visuais e tem Benedict Cumberbacht que neste filme se transforma. Não deixa de ser um padrão estragarem muita coisa nestes filmes, partem tudo o que lhes aparece à frente! O mundo fica virado ao contrário com esta gente!

Star Trek: Into Darkness - Trailer

IMDB
Rotten Tomatoes
Box Office: 228 milhões de dólares

Hunger Games: Em Chamas

O segundo filme da adaptação duma história juvenil sobre uma heroína acidental que acaba por liderar uma revolta popular com o seu carisma. Jennifer Lawrence está na moda e foi uma ótima escolha para a personagem Katniss Everdeen. O primeiro filme da saga é interessante, este filme é quase igual ao primeiro! Além disso, o final é abrupto, parece que estamos a ver uma série de TV. Irritam-me estes pormenores tal como me irrita saber que dividiram o último livro em dois filmes para render mais. Não os verei no cinema, isso é certo.

Hunger Games: Catching Fire - Trailer

IMDB
Rotten Tomatoes
Box Office: 423 milhões de dólares

O Hobbit: A Desolação de Smaug

Tolkien era um génio literário e influenciou toda uma geração de autores de histórias fantásticas. A trilogia d’O Senhor dos Anéis foi muito bem conseguida por Peter Jackson mas dividir o Hobbit em três filmes é esticar a corda e, tal como em Hunger Games, este filme acaba como um episódio duma série de TV mas o próximo só sai daqui a um ano! O género é idêntico ao Senhor dos Anéis e quem gostou de um gosta de todos. Há neste filme algo que achei ridículo, a voz de Smaug. Parecia totalmente desfasada da compleição física do monstro! Talvez tivesse ficado melhor se só grunhisse mas o que sei eu destas coisas!

The Hobbit: The Desolation of Smaug - Trailer

IMDB
Rotten Tomatoes
Box Office: 256 milhões de dólares

RECOMENDO TODOS NO CINEMA IMAX

Outros filmes deste ano:

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Óscares 2014 – O Grande Gatsby e Um Quente Agosto

Porquê juntar estes dois filmes? Qual a relação? Nenhuma, à primeira vista. São bastante diferentes um do outro mas tanto um como o outro são adaptações de textos reconhecidos e premiados. O primeiro mais cénico e envolvente, o segundo mais teatral e emocional. Ambos excelentes.

O Grande Gatsby

F. Scott Fitzgerald, Baz Luhrmann, Leonardo DiCaprio e as duas nomeações para os Óscares de Direção Artística e Guarda-Roupa são os pontos fortes deste filme. E são suficientes.
Começando pelo início, F. Scott Fitzgerald escreveu este romance como crítica à sociedade materialista americana do período de grande fulgor económico. O livro tornou-se um clássico, faz parte do currículo escolar americano e é por muitos considerado o romance americano por excelência do século XX. Foi inúmeras vezes adaptado para teatro, televisão, ópera, ballet e, claro, cinema, tendo a versão de Coppola de 1974 ganho dois Óscares.
Agora Baz Luhrmann. O argumentista, realizador e produtor de Romeu e Julieta, Moulin Rouge! e Austrália reaparece com mais um filme à sua imagem. O Grande Gatsby, filme, capta o materialismo, o romance e a superficialidade de relações características do livro e acrescenta-lhe emoção, vivacidade, dinâmica e aquela musicalidade tão própria de Luhrmann. Há ainda a cor. Os filmes de Luhrmann têm cores vivas, berrantes até, e às vezes fortes mas escuras, tudo quando tem que ser e por incrível que parece as cores também falam, tanto ou mais do que as bandas sonoras. Este filme não é exceção no que respeita à imagem e no que respeita à banda sonora, mais um vez Luhrmann está presente. Era bom que este que é um dos grandes artistas cinematográficos da atualidade fosse reconhecido ao invés da injustiça que lhe foi feita com Moulin Rouge!, pelo menos pela Academia de Hollywood.
Por fim, Leonardo DiCaprio. Não há muito mais a acrescentar ao que já foi dito aquando de O Lobo de Wall Street. É um dos melhores da atualidade e tem aqui mais uma fantástica representação. Porque foi nomeado pelo outro filme e não por este? Não sei nem percebo o critério!
Talvez O Grande Gatsby não seja um dos filmes do ano mas é mais uma excelente obra a juntar ao espólio de qualidade de Baz Luhrmann.

The Great Gatsby – Trailer

RECOMENDO ESTE E TODA A FILMOGRAFIA DO AUTOR

Um Quente Agosto

O que dá juntar um texto premiado com um Pullitzer, escrito para uma peça de teatro que ganhou um Tony, adaptado para cinema com as interpretações de consagrados como Meryl Streep, Julia Roberts, Chris Cooper, Sam Shepard, Ewan McGregor, Benedict Cumberbacht, Juliette Lewis, Dermot Mulroney e Julliane Nicholson? Dá muito, muito mesmo!
A habitual junção familiar que se segue ao falecimento dum parente serve, nesta história, para evidenciar todos as dificuldades que decorrem duma família disfuncional, com problemas afetivos, de expressão de sentimentos e até de adição de medicamentos e álcool. Ora, representar isto com este elenco é garantia de qualidade e a prová-lo estão as nomeações de Streep (tem que ganhar!) e Roberts para os galardões de representação. O argumento é bom, o filme torna-se pesado porque vemos nele situações reais com as quais nos conseguimos relacionar. A solidão e o desespero são dois sentimentos que estão latentes. Isto é Hollywood mas nem sempre há um Happy Ending!
Um das críticas feitas a este filme é de que não se consegue distanciar da peça de teatro que lhe deu fama. Não vi a peça e não conhecia o texto por isso tenho dificuldade em interiorizar a crítica, ainda assim, posso admitir que o cenário do filme me pareceu ideal para uma peça de teatro.
Já agora, sou só eu que acho o Sam Shepard e o Chris Cooper iguais? Parecem-me gémeos e não os consigo distinguir!
Um Quente Agosto é, para mim que não vi a peça de teatro, um dos filmes do ano.

August: Osage County – Trailer

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Óscares 2014 – Blue Jasmine e Antes da Meia Noite

Juntar estes dois filmes é juntar dois argumentos de eleição, um adaptado e outro original. Surpresa? Nem por isso. Blue Jasmine vem na senda do que Woody Allen tem feito nos últimos dez anos e Antes da Meia Noite é o último duma trilogia que vale, não só mas muito, pelo argumento.

Blue Jasmine

Woody Allen tem realizado um filme por ano desde 1965, são 48 filmes em 48 anos (mais ou menos). É obra! Para além disso é responsável pelo argumento de quase todos, senão mesmo todos. E ainda protagonizou muitos. Tem quatro Óscares no currículo, três referentes a argumentos e um de realização. Todos recebidos por terceiros porque não vai às cerimónias da Academia da qual nem sequer é membro. Ainda assim, em 2002 esteve presente pela primeira e única vez até agora e vejam o que aconteceu:


Lembro-me que, quando era criança, não gostava muito dos filmes dele. O Annie Hall passava em repeat todos os natais, chegou a enjoar. Também vi aquele d’O Herói do Ano 2000 que achei uma tolice pegada. Mas estes filmes estrearam antes de eu nascer! Mais tarde, já neste século, ganhei interesse por este fantástico realizador e argumentista. Mais ou menos depois de A Maldição do Escorpião de Jade, tenho visto quase todos.
Blue Jasmine é mais um filme de argumento e personagens. Argumento bem construído, fluido, interessante e com uma certa dose de suspense. Personagens simples, à primeira vista, mas de construção complexa e pormenores fantásticos. E depois há Cate Blanchet. Uma interpretação de arrasar duma atriz fantástica. Para mim, vai dar Óscar.
O enredo contrasta as personalidades e estilos de vida de pessoas ricas mas vigaristas, sem tolerância para quem esteja fora desse círculo restrito de abastança, com pessoas de meio humildes, sem o glamour e a finesse dos primeiros, mas honestos e de ligação humana fácil. É interessante ver o que acontece quando estes últimos se vêem na posse de algum dinheiro e quando o suporte financeiro dos primeiros desaparece. O mundo vira-se ao contrário e as reações são as esperadas.
E quem não adora as bandas sonoras dos filmes de Allen? Não fosse ele um clarinetista de reconhecido valor. Esta não foge à regra.
Blue Jasmine é, para mim, um dos filmes do ano.

Blue Jasmine – Trailer

RECOMENDO PARA DESCONTRAIR

Antes da Meia Noite

Vi Antes do Amanhecer uns anos depois de ter estreado. Vi Antes de Anoitecer no cinema. E vi Antes da Meia Noite na segunda feira após a estreia, ao fim da tarde, no anfiteatro do cinema Monumental. Merecia! Esta é, talvez, a melhor trilogia romântica da história da sétima arte.
Richard Linklater é um génio. Pela realização, pelo argumento, pela história, por tudo o que deu a estes filmes.
O primeiro é de 1995 e relata a história de dois estranhos que se conhecem num comboio em Viena. O segundo é de 2004, nove anos depois reencontram-se, desta feita em Paris. Mais nove anos passados e a Grécia é o palco final desta trilogia onde, já juntos e com filhos, Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) retomam os imensos diálogos, sem cortes, com uma profundidade e realismo intensos. Assim de repente lembro-me de seis cenas deste filme. Sim, seis! Um filme normal tem seis cenas nos primeiros minutos, este tem seis cenas (ou pouco mais) durante uma hora e meia! A cena do carro a voltar do aeroporto, a cena dos homens à conversa antes do almoço, a cena das mulheres à conversa enquanto preparam o almoço, a cena do almoço, a cena do caminho para o hotel e, finalmente, a cena do hotel. Ok, há ainda uma cena final mas que é muito curta e da qual não vou falar.
Imaginem um cena que pode durar vinte minutos (ou mais) em que duas ou mais pessoas conversam como nós conversamos entre amigos ou com família, nada daquelas coisas hollywoodescas e teatrais, conversas normais sobre assuntos naturais. Tudo isto com uma câmara que grava sem cortes, ou seja, exige uma naturalidade fora de série da parte dos atores. E depois há o argumento. A conversa ao almoço é fantástica. A cena do hotel é... enfim, posso dizer que já a vi ao vivo e a cores. Aquilo é a vida real! Sem surpresa, é um filme fantástico.
Antes da Meia Noite é, para mim, um dos filmes do ano.

Before Midnight – Trailer

RECOMENDO OS TRÊS SEGUIDOS, SEM DISTRAÇÕES

Outros filmes deste ano:
Golpada Americana e O Lobo de Wall Street
12 Anos Escravo e O Mordomo
Gravidade e Capitão Phillips

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Óscares 2014 – Golpada Americana e O Lobo de Wall Street


Serão estes os dois melhores filmes do ano? Para mim são, até agora porque ainda me falta ver alguns. Foi por isso que os juntei aqui? Não. Juntei-os porque têm tudo a ver um com o outro. Esquemas, manhas, crimes de colarinho branco, DiCaprio vs Bale, Scorsese vs O. Russel. Enfim, imensas razões para ver ambos os filmes e gostar muito.

Golpada Americana

As expectativas estavam elevadas para ver Jennifer Lawrence e Bradley Cooper novamente juntos e, apesar de não contracenarem muito um com o outro, estão, outra vez, a um nível fantástico, com destaque para Lawrence que é, já hoje, aos vinte e poucos anos, uma das melhores atrizes da atualidade e tem tudo para bater o recorde de Meryl Streep! Quem não está pior é Christian Bale, antes pelo contrário. O menino prodígio de O Império do Sol e recentemente galardoado no The Fighter, volta a transformar-se como fez em O Maquinista e, como habitual, arrasa. A Academia deverá querer fazer o favor de premiar DiCaprio (que também merece) mas, para mim, o Óscar de melhor ator tem Bale escrito por todo o lado!
A história é relativamente simples. Um vigarista reles (Bale) é apanhado por um jovem agente do FBI (Cooper) com ambições desmedidas que o pressiona a cooperar com a polícia, sob pena de ir parar à prisão, continuando as suas práticas com o intuito de caçar políticos mediáticos e mafiosos para assim construir uma carreira no "Bureau". No fim, as coisas acabam por não ser tal e qual como foram planeadas porque, como é lema do filme, everybody hustles to survive.
Este é um filme de estilo e cenário, como eu tanto gosto. A começar por Rosenfeld (Bale) com as suas jóias e a barriguinha sexy, passando pela sua amante, Sydney Prosser (Amy Adams), com um carregado sotaque inglês, a sua mulher, Rosalyn (Lawrence), que tem tanto estilo como parafusos a menos e acabando em Richie DiMaso (Cooper), o agente do FBI que se veste de forma impecável e passa horas encaracolar o cabelo. Isto para não falar do enorme Robert De Niro, o mafioso Victor Tellegio, que basta aparecer para transbordar qualidade no ecrã.
Golpada Americana é, para mim, o filme do ano e deveria ser coberto de Óscares, nomeadamente, para Christian Bale como melhor ator.

American Hustle – Trailer


RECOMENDO MUITO

O Lobo de Wall Street

E Scorsese fez mais um clássico! Alguém estaria à espera de menos? Não seria possível ainda para mais com a dupla de Boardwalk Empire, Scorsese e Terrence Winter, reatada. Está nomeado para (apenas) cinco Óscares mas são os principais. Leo DiCaprio é o grande favorito mas em ano de grande colheita cinematográfica, ficaria bem o Óscar a Terrence Winter pelo grande argumentista que é.
O filme parecem três! Tem três horas de duração e três partes distintas sempre acompanhadas pela interpretação diferenciada de DiCaprio. O lobo é apenas um cordeiro no início do filme. A paixão por Wall Street move-o e aprende tudo o que há a aprender com o seu mentor, o bem sucedido corretor Mark Hanna (Matthew McConaughey) que acaba em desgraça aquando do crash de 1987. Depois o lobo atinge todo o seu potencial. Cria uma empresa, leva-a a número um e com os seus esquemas vigaristas torna-se um dos homens mais ricos no ramo, levando à boleia os seus mais próximos conselheiros. É aqui que DiCaprio revela todo o seu talento. Como em todos os filmes de Scorsese, há sempre uma última parte. Quem o conhece sabe o que vai acontecer, não serei eu a revelá-lo neste fórum.
Este é daquele tipo de filmes, e daquele tipo de histórias, que permite ao protagonista uma séria candidatura a Óscar. Juntando a isso todo o potencial representativo de Leonardo DiCaprio e o facto de nunca ter ganho a estatueta, e merecia, chega-se à mais óbvia consequência, the Oscar goes to... Leo. Também não são de desprezar as atuações do Jonah Hill (nomeado) e Jean Dujardin que reaparece após a surpresa que foi O Artista.
O Lobo de Wall Street é, para mim, um dos filmes do ano.

The Wolf of Wall Street – Trailer

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Óscares 2014 – 12 Anos Escravo e O Mordomo


Na senda do que já aqui foi começado na semana passada, trago mais dois filmes. Desta feita só um tem nomeações para a próxima cerimónia dos Óscares mas decidi juntá-los porque vejo várias semelhanças. Começando pelo óbvio, ambos tratam a questão dos direitos cívicos dos negros no sul, embora em épocas diferentes. Mas há outra semelhança que me parece existir, em ambos se conta uma história que terá, de facto, acontecido e, no meu entender, em ambos não se consegue ir além do que a história já tem de interessante.

12 Anos Escravo

Tinha grandes expectativas relativamente a este filme, o que pode ser negativo, e acabei por ficar dececionado. O realizador, Steve McQueen, já tinha sido aclamado em “Fome”,um filme bem diferente, menos contemplativo.
Este filme conta a história de um negro livre de Nova Iorque, médico, que é ludibriado e raptado passando doze anos em escravidão no sul. A história é impressionante e, diz-se, o seu protagonista terá sido o único a escapar com vida de entre muitos a quem isto aconteceu. Depois, há os maus tratos e os crimes cometidos por gente que tratava os negros como mercadoria. Juntar a esta história um elenco de luxo e um protagonista “semi” estreante com uma boa prestação parece ser o necessário para o melhor filme do ano. Poderá ser para muitos mas não é para mim. O ritmo do filme é aborrecidamente lento, característica que não aprecio quando não se justifica. Há ainda outro pormenor que me chateia! Porquê dar ao título uma descrição do fim do filme? Porque não deixar o espectador na incerteza? Talvez assim não achasse o filme tão aborrecido! Ainda assim, há a referir a fantástica interpretação de Michael Fassbender, um caso sério dum ator de enorme qualidade e rara capacidade de transformação, que, tardiamente, recebe a sua primeira nomeação e que eu elejo como principal candidato, juntamente com Jared Leto, à vitória.
12 Anos Escravo não é, para mim, um dos filmes do ano ainda que reúna bons atores e uma história interessante.

12 Years a Slave - Trailer

RECOMENDO COM EXPECTATIVAS MODERADAS

O Mordomo

Todos queríamos ver Rodrigo Leão ser nomeado para o Óscar de melhor banda sonora original mas ainda não foi desta que a Academia de Cinema Americana nos fez a vontade. A banda sonora deste filme é interessante mas haverá melhores!
O Mordomo é o grande derrotado do ano no que a nomeações diz respeito. Não conseguiu nenhuma e pensava-se que poderia ter algumas! Este é outro filme que me desiludiu relativamente às expectativas que tinha. Tal como no filme anterior, não consegue ir muito além do história já tem em si. Como filme biográfico, limita-se a retratar a vida de Cecil Gaines (Forest Whitaker) de forma cronológica. O enredo é interessante mas não é nada que eu não possa pesquisar e rapidamente encontrar e ler na Net. Onde está o extra?
Depois de Precious, Lee Daniels fica aquém do esperado. Mesmo depois do que já disse, parece-me injusto que Oprah Winfrey não tivesse sido nomeada. Esta mulher nasceu para isto e torna a arrasar com mais uma atuação impressionante como Esposa, como Mãe e como Mulher que muitas vezes é deixada para trás pelas convicções dos Homens da família.
O Mordomo não é, para mim, um dos filmes do ano mas pode ser visto num domingo à tarde.

The Butler - Trailer


RECOMENDO COM EXPECTATIVAS BAIXAS

Outros filmes deste ano:
Gravidade e Capitão Phillips

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

1.ª Gravidez

Estivemos para aqui a pensar e se este é um blog sobre experiências existirá experiência mais digna de registo do que a de gerar um filho?
Bem sabemos que a maioria dos leitores deste blog já passou por essa experiência e que as nossas anotações serão inócuas e vãs, mas como cada caso é um caso, aqui fica um registo da nossa primeira experiência deste tipo.
Separando-a em trimestres, notoriamente distintos, aqui vai uma lista dos principais pensamentos/preocupações com que nos temos vindo a debater nesta aventura:


1.º trimestre
  • Não dá para acreditar... conseguimos mesmo que o espermatozóide desse com o óvulo?
  • Convictos que só vamos começar a contar a novidade depois dos 3 meses mas desbocámo-nos logo à frente dos melhores amigos e depois foi em crescendo até todo o mundo saber.
  • Controlo horário de 3 em 3 horas para a grávida ingerir alimentos e não ficar mal disposta (funcionou).
  • Fascínio pelo peixinho que fomos nós que gerámos (somos uns artistas!).
2.º trimestre
  • Primeiros pontapés... serão gases?
  • Tentar encontrar um tradutor fiável para a linguagem usada no mundo da puericultura (sling, shantala, alcofa vs berço vs cama de grades, body vs babygro, etc...)
  • O futuro pai especializa-se em fazer sopas.
  • Fascínio pelo abrir e fechar da mão do rebento a meio de uma ecografia, parecendo mesmo um aceno aos futuros papás (é um artista! sai aos pais).
3.º trimestre
  • O maior desafio do dia é içar a futura mãe do sofá.
  • Lista pormenorizada de tudo o que nos vão emprestando e esperar não a perder nos próximos anos.
  • Curso pré-parto - aquelas horas fantásticas onde não se ouve nada de novo, mas que tranquilizam e fazem-nos acreditar (erradamente?!?) que estamos preparados.
  • Fascínio pelos pés perfeitinhos e do resto do corpo todo perfeitinho do miúdo (somos uns artistas!).



E pronto, tem sido assim esta aventura e daqui a umas semaninhas começa outra que durará a vida toda :)

ATÉ VER, RECOMENDAMOS

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Óscares 2014 – Gravidade e Capitão Phillips

Inauguro aqui uma série de posts dedicados a filmes com nomeações para a cerimónia de atribuição dos Óscares da Academia. Vou apenas falar de alguns que me parecem mais interessantes dos que vi. Começo com esta dupla porque me parece que partilham uma característica comum, são ambos filmes que agarram o espetador à tela e sempre com uma tensão tremenda, ou seja, o desenvolvimento das histórias é stressante de ver!

Gravidade

Alfonso Cuarón é daqueles tipos all in one. Ele escreve, ele realiza, ele produz e imagino que deva estar sempre atento a todo e qualquer pormenor do filme. A sua forma de estar deu ao mundo cinematográfico algumas preciosidades com Grandes Esperanças (1998) à cabeça. É, para mim, um nome a ter em conta e interesso-me por tudo o que faz.
Gravidade é o seu mais recente filme exibido e, confesso, não estava na minha lista de prioridades quando dele ouvi falar. A minha perceção estava errada, gostei muito deste filme. A história é original, não é um filme de ficção cientifica no sentido tradicional. Eu catalogaria este filme como um thriller espacial! As desgraças ocorrem a um ritmo alucinante e, apesar de achar que a ponta final passa um pouco além do razoável, pareceu-me bem conseguido.
Sandra Bullock não terá grandes hipóteses de repetir a façanha de 2010 e levar a estatueta. George Clooney (e a voz de Ed Harris) aumenta muito a dimensão de representação no filme. Alfonso Cuarón terá grandes probabilidades de ficar com um dos três Óscares para os quais foi nomeado.
Gravidade é, para mim, um dos filmes do ano.

Gravity - Trailer


RECOMENDO NO CINEMA COM UMA TELA GIGANTE E EM 3D

Capitão Phillips

Para Capitão Phillips tive uma sensação idêntica à que tive com Gravidade aquando da sua promoção, não estava na minha lista de prioridades. Neste caso a história interessava-me mas não pensei que o filme fosse muito além dos factos reais. Mais uma vez, enganei-me.
O argumento é baseado no livro do próprio Richard Phillips, o capitão do cargueiro americano Maersk Alabama sequestrado por piratas somalis. O filme mostra a realidade da vida dos piratas somalis, a forma como vivem com todas as dificuldades inerentes a um país pobre e sem segurança nem justiça. Mostra também a pressão a que estes piratas estão sujeitos pela hierarquia criminosa e a dificuldade que é sequestrar um navio da dimensão do Alabama, ainda que munidos de armas de fogo. Por outro lado, fazer parte da marinha mercante não é garantia de sossego para as tripulações de navios que cruzem as águas do Corno de África e Golfo de Aden, antes pelo contrário.
Desde o momento da aproximação dos piratas ao Alabama até ao fim do filme, a tensão e o suspense são constantes e de doses elevadas. Paul Greengrass está habituado a realizar filmes deste género e fê-lo bem mas muito tem que agradecer a Tom Hanks e Barkhad Abdi pelas suas prestações fantásticas que transbordam emoções difíceis como a coragem, o medo ou o desespero. Talvez o somali não receba a estatueta em ano de Leo DiCaprio mas seria merecida. Merecida seria também uma nomeação para Hanks, esse monstro. Parece que dele estão sempre à espera de transcendência, a mera excelência já não basta!
Capitão Phillips é, para mim, um dos filmes do ano.

Captain Phillips - Trailer


RECOMENDO NUMA NOITE FRIA DE CHUVA, TEMPESTADE E TROVÕES

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Maria do Mar

O anterior fim de semana foi passado na Nazaré, ao som das grandes vagas que a tornaram mundialmente famosa nos últimos anos.

Tenho um hábito quando viajo em Portugal, principalmente quando faço viagens de “reconhecimento local”, que é experimentar a gastronomia autóctone. Esta não foi exceção e, a conselho dum colega, lá fomos experimentar o restaurante Maria do Mar. Disse-me ele, o colega, aí comes bom peixe e fica em conta. Era só o que eu queria ouvir!
Demos com um restaurante parecido com alguns que vemos em Lisboa, cheio de mesas e cadeiras, com pouco espaço para circular e com fado como música ambiente. Quem nos serviu (parecia ser a dona) movia-se rapidamente de mesa em mesa, sempre feliz e a cantarolar uns fados que sabia de cor. Fiquei a saber que nasceu a 1 de janeiro dum tal ano há uns anos atrás. Como é que fiquei a saber? Não digo, terão que lá ir.


Ao que interessa, pedimos uma caldeirada especial para duas pessoas. Veio de lá um tacho de barro que parecia servir para quatro! O peixe era fantástico, o marisco também e aquele molho... foi-se o pão todo, se é que me entendem!!!
Antes, a entrada não se limitou a pão e cuvetes de queijo e manteiga. Veio também para a mesa uma pequena salada de polvo, mas com choquinhos, que estava uma maravilha.
Por fim, as sobremesas foram todas servidas numa bandeja para escolhermos. Tinham um aspeto delicioso, como podem ver. Escolhemos a Flor de Lis porque era a mais tradicional daquela região, embora não fosse precisamente da Nazaré. Simplesmente divinal. Dava vontade de comprar a tarte inteira para levar para casa!!!


No fim, com tudo isto mais dois copos de vinho e duas garrafas de água gaseificada, ficou por cerca de 32 €. Voltarei quando voltar à Nazaré, sem dúvida.

Para terminar, resta-me referir que vi muita gente comer o que parecia ser um prato típico, senão da Nazaré pelo menos do restaurante. Camarões cozidos com batas fritas e um molho qualquer. Confesso que me apeteceu experimentar mas, como diz a sabedoria popular, temos sempre que guardar algo para experimentar quando regressarmos.



RECOMENDO SEMPRE QUE SE VISITE A NAZARÉ