quarta-feira, 25 de abril de 2012

Feira do Livro de Lisboa


Mais um ano, mais uma visita. Abriu ontem a 82ª edição desta feira e, desta vez, atacámos forte logo no primeiro dia. Sete livros comprados, entre eles um clássico quase bíblico, um infantil e um autor desconhecido mas que promete. 

Comecemos pelas minhas escolhas e pela super aquisição do dia. Ao passar pela Relógio D'Água dei de caras com um "livro do dia" de que ouvi falar milhentas vezes e sobre o qual estudei algumas partes e suas consequências no século XX. Já deu para perceber que não estou a falar dum romance! John Maynard Keynes, um dos economistas mais proeminentes da história e um marco no tempo da Grande Depressão, escreveu a sua "bíblia" em 1936 de seu nome Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. A obra foi de tal forma importante que fundou um escola de pensamento com o seu nome por oposição à existente escola neoclássica. A grande diferença passa pela percepção de Keynes de que um estado intervencionista na economia poderia corrigir e ajudar a menorizar o impacto dos conhecidos ciclos económicos, tema extremamente interessante nos anos 30 do século anterior. A escola neoclássica defendia o oposto, que as forças de mercado levariam ao equilíbrio entre oferta e procura e que o crescimento económico seria mais fulguroso sem intervenção estatal. Para mais detalhes aproveitem a oportunidade porque 8€ não é nada tendo em conta a qualidade do livro.
Na Gradiva faço paragem habitual e ontem não foi excepção. Por sorte, O Anjo Branco do José Rodrigues dos Santos era "livro do dia" e por menos 10€ veio morar comigo. Li os três primeiros dele e gostei - adorei a Ilha das Trevas. Deste escritor só me falta o último que só vou poder comprar no próximo ano porque este ano não será "livro do dia" e eu não sou rico!
Por último lancei-me numa novidade. Disseram-me que o Ricardo Adolfo tem muito talento e que estará ao nível de Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto e Valter Hugo Mãe. Gosto desta nova geração de escritores portugueses e arrisquei, por 10€ comprei Depois de Morrer Aconteceram-me Muitas Coisas. Destaco, ainda, os vendedores da editora Objectiva, apaixonados de leitura, dos seus escritores e gente muito simpática.

A Tania estragou-se um pouco mais do que eu! Começou pel' A Catedral do Mar do catalão Ildefonso Falcones. Já lhe tinham falado do livro e há umas semanas atrás estivemos em Barcelona e entrámos nesta catedral. Na altura a Irene disse que havia um livro muito bom sobre aquilo, então, por 13,65€, menos 6€ do que o pvp, a Tania lá cedeu à tentação e fez uma boa aquisição.
Onde comprámos o livro do Ricardo Adolfo comprámos também A Morte de Bunny Munro do Nick Cave. Sim, esse mesmo que canta e encanta. Diz a publicidade que é "um romance irreverente de um músico de culto". Veremos se surpreende, é uma incógnita.
Na Assírio e Alvim comprámos o livro mais feio do dia! Os Passos em Volta de Herberto Helder é todo cor-de-laranja e não tem mais do que o nome do livro, do autor e da editora impressos a preto na capa. A contra-capa tem um código de barras com o ISBN. É de capa rija que é algo que odeio. Um livro tem que poder ser dobrado e manipulado à vontade. É para ser usado, não é para ficar bem na estante e resistir ao tempo sem mácula. Para aumentar o suspense, o livro vem embrulhado num celofane como se de uma relíquia se tratasse! Estou muito desconfiado! Não conheço o autor e nunca vi nada assim. Não me cativou mas, pelos vistos, a Tania gosta destas esquisitisses e trouxe-o para aproveitarmos um desconto de quantidade na Porto Editora!
Para finalizar, e a conta já vai grande (!), um livro infantil escrito por José Luís Peixoto e muito bem ilustrado por Daniel Silvestre da Silva de seu nome A Mãe que Chovia. É quadrado, de capa rija e o texto conta a história de um rapaz, filho da chuva, que terá que aprender a partilhar o seu amor materno com o mundo por necessidade de todos. A Tania diz que gosta muito de livros infantis e já o leu hoje de manhã, será que me está a querer dizer alguma coisa?!!!

Isto já vai longo mas não acabo sem fazer uma crítica à APEL que organiza a feira e gere o site. Mais uma vez é difícil fazer uma simples pesquisa do livro do dia por livro, por autor ou por editora. Se o quisermos fazer teremos que percorrer toda a listagem de livros do dia diariamente, o que é absurdo. É com estas atitudes, propositadas, que descemos à Terra e nos apercebemos que isto não passa dum negócio! Que tristeza!


RECOMENDO TODOS OS DIAS ATÉ 13 DE MAIO

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Aldeia da Lapa

Já a pensar nas férias deste ano que, tendo em conta os cortes nos subsídios,  terão de ser obrigatoriamente caseiras, lembrei-me de escrever sobre a aldeia mais bonita de Portugal!


Talvez exista alguma falta de imparcialidade na última afirmação, já que é a aldeia onde o meu pai nasceu, mas de qualquer forma, quem já lá foi diz que vale a pena.
Conhecida no mundo religioso pelo Santuário da Nossa Senhora que salvou a pastora Joana, não se restringe a um lugar de fé. Situada no cimo da serra com o mesmo nome, a 915 metros de altitude, tem um carisma e misticismo muito especiais, impossíveis para mim de transcrever. Julgo que as fotos aqui, tomarão um papel preponderante.


A cerca de 50 quilómetros de Viseu, entre Aguiar da Beira e Moimenta da Beira, encontra-se rodeada por quatro Miradouros que marcam os pontos cardeais, onde, pelo que me contaram, se juntavam os peregrinos, que já avistando a torre da igreja, prosseguiam juntos em romaria.


O trigo, o pão de azeite, a bola de carne e o queijo são iguarias imprescindíveis numa visita a esta aldeia, por muito breve que seja. Depois, para esmoer, o ideal é dar uma volta a pé pela serra, descobrir a nascente do rio Vouga, o talefe para os lados do Miradouro de Santiago e, um pouco mais longe mas de paragem obrigatória, os Moinhos do Vouga, onde o rio já adquire um caudal jeitoso e pinta de verde as montanhas rochosas.


Para explorar:
Localização
Blog de Fotografias do Nuno
Página "Oficial"

RECOMENDO MUITO

domingo, 1 de abril de 2012

Courrier Internacional

Quando, há uns anos, este conhecido título francês se lançou em Portugal comprei a primeira edição e adorei. Na altura, em formato de jornal, foi, para mim, uma lufada de ar fresco no jornalismo de investigação disponível em português. Agora o formato é diferente, uma revista de edição mensal com um grafismo sóbrio mas moderno em que os artigos, ilustrados de forma superior, estão sempre agrupados em cinco temas, Conhecer, Olhar, Saber, Explorar e Desfrutar.

Nº 177 - Novembro de 2010

Agrada-me, nesta revista, que funcione como um apanhado dos melhores artigos publicados na imprensa estrangeira sobre um determinado tema. O tema de capa junta mais artigos com várias visões dos vários lados do assunto mas há, também, outros temas que dão a esta publicação um caráter algo multifacetado. A política não poderia deixar de estar presente mas de uma forma interessante, abordando, muitas vezes, a estratégia,  a geoestratégia, os interesses e as alianças mais do que a simples politiquice partidária a que estamos habituados (e fartos!).

 Nº191 - Janeiro de 2012

Em cada artigo temos, para além do título, uma breve descrição e o jornal ou revista que o publicou bem como a cidade de que faz parte. Para além desta informação temos também o nome do autor, a data de publicação original e o nome do tradutor. Sabendo que esta revista junta artigos de várias partes do mundo e que, posteriormente, terão de ser traduzidos, é fundamental ter conhecimento da data de publicação.
Na edição portuguesa o primeiro artigo é sempre dedicado a Portugal. Na revista nº 193, de Março de 2012, a última que recebi, o primeiro artigo, da responsabilidade do The Washington Post, faz referência a um livro de um autor britânico que relata os dias passados em Lisboa durante a 2ª Guerra Mundial, sem combates naturalmente, e as relações de Salazar com os aliados e os alemães durante esse período. 

 Nº 193 - Março de 2012


RECOMENDO A ASSINATURA