À partida, não sabia o que esperar deste filme. A opção da
realização foi dar vida a um texto através de imagens, ou seja, por imagens
mostrar os pensamentos duma mulher que passou três meses num duro trilho com o
objetivo de resolver problemas emocionais relacionados, nomeadamente, com a
perda da mãe. A epopeia é dura e com obstáculos inesperados mas o que mais custa
ultrapassar são os “fantasmas” do passado! Pelo caminho, Cheryl (Reese Witherspoon),
sempre a lutar contra a vontade de desistir, vai criando uma aura junto dos
restantes caminhantes do trilho pelo que vai deixando escrito nos pontos de
apoio por mais de mil quilómetros.
Apesar de muito gráfico, o filme é intensamente introspetivo.
Gostei desta opção da realização embora já deva ser esta a forma como o livro
está escrito. O que leva Cheryl a fazer sozinha esta enorme caminhada, o drama
familiar com a morte da mãe e a separação, não é interessante para mim mas a
forma como está apresentado torna-se cativante até porque a questão de saber se
ela desiste ou não e o que vai acontecer no final acaba por ser tão importante
como perceber o que a levou a tal empreendimento.
O filme conseguiu duas nomeações, ambas de interpretação,
para Reese Whitherspoon e Laura Dern. A segunda teve uma boa atuação mas longe
de ser "nomeável", na minha opinião. Já Withespoon mereceu a nomeação mas teve, com
este filme, uma excelente oportunidade para se transcender e não conseguiu. Com
um bom papel conseguiu uma boa performance mas outra atriz, mais talentosa,
teria conseguido escancarar as portas do seu futuro na sétima arte. Concretamente, como é que
Cheryl passa três meses numa caminhada e está, no fim, fisicamente igual a
quando começou. Não perdeu peso, não alterou o tom de pele, até o cabelo parece
sempre impecavelmente cuidado! São estes pormenores e outros que revelam os grandes e
Witherspoon teve a sua oportunidade mas não se revelou.
Wild - Trailer
Rotten Tomatoes
RECOMENDO A AMANTES DA NATUREZA
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