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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

As praias do nosso Verão - Episódio 1

No primeiro dia de férias fomos até à Costa da Caparica. Podia ter sido uma senda horrível, num trânsito de nos pôr os cabelos em franja? Podia, mas não foi a mesma coisa ir de motinha. Num instante pusemo-nos na praia do Infante onde nos deparámos com um casamento no bar Casablanca todo cinematográfico onde os convidados (nem de propósito) vinham todos vestidos de branco.

Aproveitei o dia de praia para ler um livro pequeno e "O Fogueiro" de Franz Kafka acompanhou-me no saco da praia. Para surpresa da minha ignorância sobre o escritor, este fragmento é apenas o primeiro capítulo do livro "Amerika" que muitas vezes é editado em separado porque pelo que parece foi a única parte autorizada a ser publicada pelo escritor, diretiva ignorada após a sua morte. 
Fez-me lembrar o início do Titanic, mas versão Miseráveis e com um toque de Charles Dickens (alguns intelectuais devem estar com vontade de me matar). Pareceu-me bastante cinematográfico mas com algumas reações de personagens despropositadas, incompreensíveis para uma geração tão afastada.

Seguiram-se uns belos caracóis afogados em panachés e mais meia dúzia de episódios de The Big Bang Theory, já no sossego do lar.

Para o primeiro dia de férias (deste ano) sem subsídio, foi bem bom  - espero que o Passos não seja seguidor deste blog :)

RECOMENDO A PRAIA DE MOTA
RECOMENDO O LIVRO (COMPLETO)

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O Destino Turístico - Rui Zink (2008)



Pela primeira vez lancei-me na leitura duma obra de Rui Zink. Não que tenha comprado o livro, que mo tenham oferecido ou que o tenha pedido emprestado a alguém, antes, fui “forçado” a lê-lo! Fiz um acordo com a Tania, livro sim livro não, leríamos um indicado pelo outro e da sua coleção. Resultado, eu li um livro da coleção da Tania e indicado por ela. Ela não leu o livro que eu lhe indiquei da minha coleção (nem vai ler nenhum que eu lhe indique!). E assim correm o acordos naquela casa!

Sempre gostei da personagem Rui Zink. Era um fã da Noite da Má Língua (como agora não perco o Governo Sombra). Gosto da inteligência, capacidade argumentativa e sarcasmo postos ao serviço do humor e da sátira na análise da sociedade. Descobri que também é muito criativo e sabe construir um texto de forma a que as aparências iludam. Gostei muito deste livro, a sensação com que li o (enorme) primeiro capítulo, e a perceção que tive da história, foram completamente diferentes das com que o acabei. Tão brincalhão que é Rui Zink! Escreve bem, como não poderia deixar de ser, se bem que me irrita a quantidade de parêntesis que coloca. Admito que alguém possa achar engraçado e muito rico, a mim quebra-me a concentração, quebra-me aquela coisa boa que é estar completamente mergulhado na história e perdido do tempo real. Talvez seja eu que sou limitado!!!

Quanto ao livro, conta a história dum homem que se desloca a um local algo surreal e desconhecido com o intuito de morrer. Ou será que não é bem isto?

RECOMENDO O AUTOR E O LIVRO

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Feira do Livro de Lisboa, 2013

Começo como comecei no ano passado: Mais um ano, mais uma visita. Encerrou no passado dia 10 a 83ª edição da Feira do Livro de Lisboa e este ano mudámos a estratégia! No ano passado tinham lançado a novidade “Hora H” mas nós, desconfiados que somos, nem quisemos saber do que se tratava. Fizemos mal porque havia €€€ a poupar. Este ano a estratégia passou por dar umas voltinhas, apreciar o ambiente, tirar umas referências aqui e ali mas não comprar nada até que numa quarta-feira, entre as 22h00 e as 23h00, atacámos em força e o resultado foi este...


Para quem não está familiarizado, a Hora H consiste em preços especiais entre as 22h00 e as 23h00 (hora de fecho da feira), de segunda a quinta. Os preços especiais são diferentes de editora para editora mas pode-se dizer que é uma espécie de 50% sobre o PVP para todos os livros que não os mais recentes. É de aproveitar.

Apesar das várias aquisições e dos bons descontos, sinto que este ano não aproveitei bem a feira. Só lá fui 3 vezes, não falei com nenhum autor e passei lá pouco tempo. Talvez tenha sido bom para que no próximo ano tenha mais vontade de passar lá mais tempo.

Quanto aos livros comprados por mim destaco A Queda dos Gigantes, de Ken Follett. Um autor que se tornou famoso por policiais não será, certamente, um ídolo meu mas também escreve romances históricos, género que aprecio, e dizem que os escreve com qualidade e rigor histórico. Este é o primeiro livro de uma trilogia que acompanha as vivências de 5 famílias durante o “século do povo”. Uma família americana, outra russa, outra alemã, outra inglesa e finalmente uma escocesa. Promete!
Outro que promete é A Cidade Impura, de Andrew Miller. O cenário é o fim do período setecentista parisiense em que um engenheiro é chamado à corte para planificar e executar a demolição do cemitério e igreja d’Os Inocentes. Gosto deste período de pré revolução francesa. Vamos ver como Miller consegue retratar o ambiente de agitação social da época e a indiferença da corte.
O mais “certo” que comprei foi O Castelo, de Franz Kafka. Certo porque Kafka é, talvez, o meu autor favorito. Já li A Metamorfose, O Processo e Carta ao Pai. Este será uma excelente adição à minha estante Kafkiana.
Por último, comprei um livro que tinha debaixo de olho há algum tempo e que me parecia interessante. O romance de estreia de Pedro Almeida Vieira, Nove Mil Passos. Este livro tem como pano de fundo a construção do Aqueduto das Águas Livres de Lisboa ao mesmo tempo que serve para o autor mostrar o quotidiano da Corte e da sociedade da época. Estava entusiasmado mas quando me deparei com o livro vi que estava marcado a um preço bastante reduzido (menos de 4€) sem qualquer desconto. Quer queiramos quer não, acaba por ser uma redução das expectativas formadas, embora não devesse ter qualquer influência. Quando o for ler já não me lembro disto.

Carrinho de compras - Filipe
Presença - Ken Follett - A Queda dos Gigantes
Presença - Andrew Miller - A Cidade Impura
Livros do Brasil - Franz Kafka - O Castelo
Sextante - Pedro Almeida Vieira - Nove Mil Passos
Porto - Valerio Massimo Manfredi - Idos de Março
Padrões Culturais - Adolf Hitler - A Maior Luta da História
Padõres Culturais - Karl Marx e Friedrich Engels - Manifesto Comunista

A Tania fez outras escolhas, naturalmente. Uma pulga que já há algum tempo tinha atrás da orelha era A Questão Finkler, de Howard Jacobson. Este vencedor do Man Booker Prize de 2010 acabou mesmo por vir para casa. Um livro que parece contar a história de um homem em plena crise de meia idade com a questão judaica à mistura. Dizem que Howard Jacobson escreve bem mas nenhum de nós o conhece. Esperemos que o prémio seja um bom prenuncio mas não deixa de ser uma aposta.
Não premiado mas amplamente conhecido é o livro de Tim Burton, A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e Outras Historias. À primeira vista pode ser considerado um livro infantil pelas ilustrações deliciosas que tem mas, tendo em conta a mente distorcida de Burton, será certamente um conjunto de histórias de terror em formato de poema. Sou um fã d’A Noiva Cadáver e de Vincent, por isso estou ansioso para ler este livro.
Acabo com dois livros do Nobel de 2010, Mario Vargas Llosa, o novo ídolo da Tania. Ficou fã depois de ler Travessuras da Menina Má e acabou por trazer Lituma nos Andes e A Tia Julia e o Escrevedor. O primeiro recupera o militar investigador Lituma presente n'A Casa Verde e Quem Matou Palomino Molero?. A Tia Julia e o Escrevedor terá um registo diferente, menos policial, mais romance de critica social. Apesar do fascínio da Tania por Vargas Llosa, confesso que não me entusiasma pese embora ainda não tenha lido nada dele. Tenho algo contra a escrita dos sul americanos conceituados que não sei muito bem explicar o que é! Soam-me todos a sentimentalistas demasiado descritivos... perco a paciência. Também é verdade que conheço pouco mas já li o guru deles, Gabriel García Márquez e desiludiu-me sobremaneira. Enfim, talvez tenha sido uma má experiência. Terei que voltar à carga mas atualmente os meus interesses são outros.

Carrinho de compras - Tania
Porto - Howard Jacobson - A Questão Finkler
Saída de Emergência - Irvin Yalom - Mentiras no Divã
Qetzal - Irvine Welsh - Crime
Qetzal - Richard Yates - Onze Tipos de Solidão
Qetzal - Julian Barnes - O Sentido do Fim
D. Quixote - Mario Vargas Llosa - A Tia Julia e o Escrevedor
D. Quixote - Mario Vargas Llosa -Lituma nos Andes
Cavalo de Ferro - Flannery O'Connor - O Céu é dos Violentos
Antígona - Tim Burton - A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e Outras Histórias

Dimensão do estrago:
16 livros comprados
PVP acumulado - cerca de 248 €
Valor pago acumulado - cerca de 120 €
Poupança total - cerca de 128 €
Custo médio por livro - cerca de 7,50 €
Desconto médio por livro - cerca de 52%

Site da Feira do Livro de Lisboa
Feira do Livro de 2011
Feira do Livro de 2012

RECOMENDO... SEMPRE

terça-feira, 7 de maio de 2013

O Claustro do Silêncio - Luís Rosa (2002)


Trago-vos agora aquele que é o meu escritor português preferido da atualidade, Luís Rosa. Este é o segundo livro que leio dele. Li Bocage – A vida apaixonada de um genial libertino há uns anos e adorei. Essa oferta de JO e FD foi como uma lufada de ar fresco por ter sido a primeira vez que li um livro deste género. Fazendo-se passar por escritor de romances históricos, Luís Rosa vai mais além e, neste livro (Bocage), coloca o afamado escritor do século XVIII como protagonista ousando dar-lhe discurso direto, ou seja, percorremos a vida atribulada de Bocage, de Setúbal a Lisboa passando pela Índia, sempre na primeira pessoa como se ele estivesse a falar connosco!

O que me leva a gostar deste autor é o excelente nível da sua investigação histórica, a qualidade da sua escrita, empregando sempre termos e expressões usadas à época, e, como disse antes, esta capacidade de promover diálogos e discussões entre figuras que existiram com um rigor histórico aplaudido por historiadores.

O Claustro do Silêncio foi o primeiro romance escrito por Luís Rosa e retrata o período de domínio dos monges da Ordem de Cister que faziam do Mosteiro de Alcobaça o seu centro nevrálgico. Desde a história de Pedro e Inês, passando pelas invasões napoleónicas até à luta fratricida entre liberais e absolutistas, tudo serve de cenário ao protagonista, um frade chamado Elias Cravo que se debate com questões profundas como o conflito entre o domínio tirânico do D. Abade do Mosteiro sobre as gentes dos coutos e todo a prosperidade que os frades traziam àquela terra. A companhia do jovem frei João de Chiqueda é o mote que o leva a dispersar-se pela história do Mosteiro de Alcobaça e pela sua própria história que também contempla Etelvina, Angélica, frei Leão de Alvorninha  e o padre Rufino. Que nomes espetaculares!

Publicações de Luís Rosa:
O Claustro do Silêncio – 2002
O Terramoto de Lisboa e a Invenção do Mundo – 2004
O Amor Infinito de Pedro e Inês – 2005
Bocage – A Vida Apaixonada de um Genial Libertino – 2007
O Dia de Aljubarrota – 2008
Memória dos Dias sem Fim – 2009

RECOMENDO LEITURA ATENTA COM A CABEÇA DESOCUPADA

segunda-feira, 1 de abril de 2013

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Feira do Livro de Lisboa


Mais um ano, mais uma visita. Abriu ontem a 82ª edição desta feira e, desta vez, atacámos forte logo no primeiro dia. Sete livros comprados, entre eles um clássico quase bíblico, um infantil e um autor desconhecido mas que promete. 

Comecemos pelas minhas escolhas e pela super aquisição do dia. Ao passar pela Relógio D'Água dei de caras com um "livro do dia" de que ouvi falar milhentas vezes e sobre o qual estudei algumas partes e suas consequências no século XX. Já deu para perceber que não estou a falar dum romance! John Maynard Keynes, um dos economistas mais proeminentes da história e um marco no tempo da Grande Depressão, escreveu a sua "bíblia" em 1936 de seu nome Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. A obra foi de tal forma importante que fundou um escola de pensamento com o seu nome por oposição à existente escola neoclássica. A grande diferença passa pela percepção de Keynes de que um estado intervencionista na economia poderia corrigir e ajudar a menorizar o impacto dos conhecidos ciclos económicos, tema extremamente interessante nos anos 30 do século anterior. A escola neoclássica defendia o oposto, que as forças de mercado levariam ao equilíbrio entre oferta e procura e que o crescimento económico seria mais fulguroso sem intervenção estatal. Para mais detalhes aproveitem a oportunidade porque 8€ não é nada tendo em conta a qualidade do livro.
Na Gradiva faço paragem habitual e ontem não foi excepção. Por sorte, O Anjo Branco do José Rodrigues dos Santos era "livro do dia" e por menos 10€ veio morar comigo. Li os três primeiros dele e gostei - adorei a Ilha das Trevas. Deste escritor só me falta o último que só vou poder comprar no próximo ano porque este ano não será "livro do dia" e eu não sou rico!
Por último lancei-me numa novidade. Disseram-me que o Ricardo Adolfo tem muito talento e que estará ao nível de Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto e Valter Hugo Mãe. Gosto desta nova geração de escritores portugueses e arrisquei, por 10€ comprei Depois de Morrer Aconteceram-me Muitas Coisas. Destaco, ainda, os vendedores da editora Objectiva, apaixonados de leitura, dos seus escritores e gente muito simpática.

A Tania estragou-se um pouco mais do que eu! Começou pel' A Catedral do Mar do catalão Ildefonso Falcones. Já lhe tinham falado do livro e há umas semanas atrás estivemos em Barcelona e entrámos nesta catedral. Na altura a Irene disse que havia um livro muito bom sobre aquilo, então, por 13,65€, menos 6€ do que o pvp, a Tania lá cedeu à tentação e fez uma boa aquisição.
Onde comprámos o livro do Ricardo Adolfo comprámos também A Morte de Bunny Munro do Nick Cave. Sim, esse mesmo que canta e encanta. Diz a publicidade que é "um romance irreverente de um músico de culto". Veremos se surpreende, é uma incógnita.
Na Assírio e Alvim comprámos o livro mais feio do dia! Os Passos em Volta de Herberto Helder é todo cor-de-laranja e não tem mais do que o nome do livro, do autor e da editora impressos a preto na capa. A contra-capa tem um código de barras com o ISBN. É de capa rija que é algo que odeio. Um livro tem que poder ser dobrado e manipulado à vontade. É para ser usado, não é para ficar bem na estante e resistir ao tempo sem mácula. Para aumentar o suspense, o livro vem embrulhado num celofane como se de uma relíquia se tratasse! Estou muito desconfiado! Não conheço o autor e nunca vi nada assim. Não me cativou mas, pelos vistos, a Tania gosta destas esquisitisses e trouxe-o para aproveitarmos um desconto de quantidade na Porto Editora!
Para finalizar, e a conta já vai grande (!), um livro infantil escrito por José Luís Peixoto e muito bem ilustrado por Daniel Silvestre da Silva de seu nome A Mãe que Chovia. É quadrado, de capa rija e o texto conta a história de um rapaz, filho da chuva, que terá que aprender a partilhar o seu amor materno com o mundo por necessidade de todos. A Tania diz que gosta muito de livros infantis e já o leu hoje de manhã, será que me está a querer dizer alguma coisa?!!!

Isto já vai longo mas não acabo sem fazer uma crítica à APEL que organiza a feira e gere o site. Mais uma vez é difícil fazer uma simples pesquisa do livro do dia por livro, por autor ou por editora. Se o quisermos fazer teremos que percorrer toda a listagem de livros do dia diariamente, o que é absurdo. É com estas atitudes, propositadas, que descemos à Terra e nos apercebemos que isto não passa dum negócio! Que tristeza!


RECOMENDO TODOS OS DIAS ATÉ 13 DE MAIO

domingo, 1 de abril de 2012

Courrier Internacional

Quando, há uns anos, este conhecido título francês se lançou em Portugal comprei a primeira edição e adorei. Na altura, em formato de jornal, foi, para mim, uma lufada de ar fresco no jornalismo de investigação disponível em português. Agora o formato é diferente, uma revista de edição mensal com um grafismo sóbrio mas moderno em que os artigos, ilustrados de forma superior, estão sempre agrupados em cinco temas, Conhecer, Olhar, Saber, Explorar e Desfrutar.

Nº 177 - Novembro de 2010

Agrada-me, nesta revista, que funcione como um apanhado dos melhores artigos publicados na imprensa estrangeira sobre um determinado tema. O tema de capa junta mais artigos com várias visões dos vários lados do assunto mas há, também, outros temas que dão a esta publicação um caráter algo multifacetado. A política não poderia deixar de estar presente mas de uma forma interessante, abordando, muitas vezes, a estratégia,  a geoestratégia, os interesses e as alianças mais do que a simples politiquice partidária a que estamos habituados (e fartos!).

 Nº191 - Janeiro de 2012

Em cada artigo temos, para além do título, uma breve descrição e o jornal ou revista que o publicou bem como a cidade de que faz parte. Para além desta informação temos também o nome do autor, a data de publicação original e o nome do tradutor. Sabendo que esta revista junta artigos de várias partes do mundo e que, posteriormente, terão de ser traduzidos, é fundamental ter conhecimento da data de publicação.
Na edição portuguesa o primeiro artigo é sempre dedicado a Portugal. Na revista nº 193, de Março de 2012, a última que recebi, o primeiro artigo, da responsabilidade do The Washington Post, faz referência a um livro de um autor britânico que relata os dias passados em Lisboa durante a 2ª Guerra Mundial, sem combates naturalmente, e as relações de Salazar com os aliados e os alemães durante esse período. 

 Nº 193 - Março de 2012


RECOMENDO A ASSINATURA

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A Fúria das Vinhas - Francisco Moita Flores (2007)

Ao vasculhar possíveis oportunidades numa feira do livro deparei-me com este e agarrei-o de imediato. Não que pensasse que este livro fosse uma obra prima ou uma raridade, apenas desconhecia que o senhor detective escrevesse romances. Tenho ouvido falar muito de Francisco Moita Flores, pelo facto de já ter sido investigador na Polícia Judiciária, pelas opiniões de especialista que tem em alguns casos de polícia mais mediáticos,  mas também pelos guiões que escreveu para séries de televisão que eu nunca tive oportunidade de ver mas que sempre tive curiosidade pelas críticas que tiveram.

Este livro não é mais do que a história que esteve na base da série “A Ferreirinha”. Retrata os últimos anos de vida de Dona Antónia Ferreira em finais do século XIX, a luta contra a filoxera, a praga mais devastadora da viticultura mundial e, em particular, da produção vitivinícola da região do Douro, a sua relação com os governantes, que desprezava, os amigos e a sua família. Este foi um período em que começou a aparecer, na Europa, a relação entre ciência e investigação criminal e este é, também, um dos focos do autor através da curiosa e interessante personagem Vespúcio Ortigão, um bacharel estudioso e despegado de ideias pré concebidas que se interessa por um caso de assassinato.

A escrita de Moita Flores é de leitura fácil mas muito rica. O texto é cativante e o cenário é descrito de forma extraordinária. Posso garantir que vi com uma clareza impressionante os socalcos do Douro, os rabelos carregados rio abaixo, a chuva a cair nas vinhas e tantos outros momentos descritos, assim é a sua escrita.

Comprar aqui

RECOMENDO DE INVERNO, À LAREIRA E ACOMPANHADO DE VINHO TINTO

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Contos clássicos

Acabada a viagem pela península da Indochina (da qual resultou as fotos que mostrámos anteriormente), estou de volta às publicações e, como não poderia deixar de ser, ainda com influências da dita viagem.
Como já é habitual, levei comigo dois livros duma colecção de trinta contos clássicos editada pela Quasi e oferecida pelo Diário de Notícias em 2008. São livros pequenos que não pesam na mala e lêem-se bem nas imensas ligações que normalmente fazemos. Para além de que são clássicos, quem não gosta dos clássicos?

O primeiro que li foi A Peste Escarlate, de Jack London. Já sei onde o Saramago foi tirar aquelas ideias ficcionadas para escrever alguns dos seus livros! Gostei bastante.
A forma como o autor projecta o ano 2013 (o livro foi escrito em 1912!!!) é muito interessante. É claro que já não usamos o telégrafo, seria fascinante se o homem tivesse previsto a chegada da internet (!), mas, ainda assim, a sua imaginação levou-o a uma descrição do futuro não muito distante da realidade, nomeadamente, no que respeita ao aumento da população e ao ritmo de vida actual. Gostei igualmente da forma como ensaia uma regressão do conhecimento humano e do seu comportamento a um padrão mais instintivo, próprio de civilizações mais primitivas.
Como em todos os contos, a mensagem subliminar é poderosa. Neste, a atenção do autor é direccionada ao relacionamento humano em situações de crise, desconforto ou simples mudança.
O livro é pequeno e lê-se bem numa folgada apenas, tal como foi dito por Zaracotrim.

Quando estava a regressar comecei a ler o segundo livro, uma história famosa escrita em 1886, O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde, do inglês Robert Louis Stevenson. Penso que muita gente conhecerá já este conto nem que seja pelas inúmeras adaptações televisivas em formato de desenhos animados.
O livro é um pouco diferente do que eu me lembro de ter visto em criança. É mais taciturno e misterioso. Não é, com certeza, por acaso que, ao longo da história, está sempre de noite ou a chover! Se não soubesse de quem era o livro diria que tinha sido escrito por um inglês no século 19. A escrita cuidada, muito expressiva e bem ritmada, ao bom estilo de Conan Doyle, são características que associo à literatura inglesa desse período.
A mensagem aqui é mais óbvia. Ainda no campo do comportamento e das relações humanas, há um claro confronto entre o que é bom, representado por Jekyll, e o que é mau, representado por Hyde, e o entrosamento com as restantes personagens tem esta dicotomia sempre latente.
Tal como o anterior, é um livro pequeno que se lê com facilidade. Deste, tenho a acrescentar que vicia. Saber o que vai acontecer no fim é uma necessidade primária que tem que ser satisfeita com a máxima urgência. Não se deverá pegar neste livro se não se tiver duas horas para o ler até ao fim, em caso contrário o sofrimento existirá.

RECOMENDO EM VIAGEM

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Feira do Livro de Lisboa


Sem dúvida sou uma fã incondicional deste evento tendo em conta a minha paixão exacerbada por livros. Penso que desde que a minha professora de Português do 9º ano me levou a mim e à Marta Loira para comprarmos alguns livros já não sei bem para quê e para quem, que nunca deixei de ir. Com excepção daquele ano que numa tentativa frustrada tentaram puxar a Feira até à baixa, todos os anos subo e desço o Parque Eduardo VII no mínimo 4 vezes com toda a satisfação e apenas com um ligeiro peso de consciência por estar a ultrapassar o orçamento deste mês estipulado para pequenos luxos. Este ano decidimos ir na 6ª feira, segundo dia de Feira, tarde de granizo e noite de relâmpagos em Lisboa. Os pingos de chuva foram muito ligeiros por aquela zona à hora que fomos (das 18h às 24h) e o tempo de trovoada criou um ambiente propício para a procura daquele romance que sempre quisemos mas ainda não tínhamos tido uma boa oportunidade para o comprar, ou, por outro lado, a descoberta de uma ficção que tem mesmo a nossa cara e nunca tínhamos ouvido falar. Este ano fiz 3+1 escolhas (pareço o Futre a falar): "Apologia de um Matemático" de G. H. Hardy, que há muito queria comprar desde que li um trecho no livro "A Experiência Matemática" que li para fazer um trabalho sobre Filosofia das Ciências; "O Seminarista" de Rubem Fonseca, para me meter com o meu pai já que a sua vida já andou por esses lados; "O nosso Reino" + "O remorso de Baltazar Serapião", ambos de Valter Hugo Mãe, por 3 motivos: nas férias disseram-me que estava ao mesmo nível de Gonçalo M. Tavares (hummm?!?! vamos ver); estavam em mega promoção (os 2 ficaram por 18€); o escritor estava por lá, ainda trocámos 2 dedos de conversa e levámos com 2 autógrafos.


Como nota negativa devo destacar a má acessibilidade à lista dos "Livros do Dia" via web. Por exemplo, se eu quiser procurar rapidamente se algum livro do Vargas Llosa vai estar como livro do dia não o consigo fazer de uma forma célere (se alguém o souber fazer por favor, explique). O único modo de pesquisa que surge no site da feira é por dia, o que não facilita caso tenhamos flexibilidade na escolha do dia a visitar a Feira. Isto interessa-me especialmente porque provavelmente as minhas visitas este ano não vão ficar por aqui tendo em conta que descobri que existe uma Hora H entre as 22h e as 23h de 2ª a 5ª feira, onde encontramos descontos a 40% ou mais sobre o PVP em alguns livros e algumas editoras.
ATENÇÃO: As tentações gastronómicas ao longo da feira são mais que muitas tal como a nova barraquinha com Ginjinha de Óbidos... um horror! :)

RECOMENDO MUITO


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Assim lê Zaracotrim: A Mentira Sagrada - Luís Miguel Rocha (2011)

Estes diazinhos de descanso têm servido para muitos pequenos luxos um dos quais o meu predilecto - ler. Agarrei-me a um bestseller e não descansei enquanto não o acabei. Aqui fica o link para o meu blog só sobre livros e leituras:

Assim lê Zaracotrim: A Mentira Sagrada - Luís Miguel Rocha (2011): "Uma curiosidade primária fez-me comprar este livro e foi com algum desdém que o trouxe para casa - 'Quem é este escritor português do qual n..."

RECOMENDO


sexta-feira, 25 de março de 2011

Visão História

Gosto de ler e tenho por hábito andar sempre com um livro na mão para me entreter nos transportes públicos de casa para o trabalho e volta. Há cerca de um ano atrás decidi modificar este hábito e assinei duas revistas, uma das quais a trimestral Visão História.Fiquei adepto desta revista quando, no verão de 2009, comprei o número 5 para me acompanhar numa viagem de comboio pela Europa. Quando cheguei tratei de fazer a subscrição e comprar os números anteriores. Infelizmente os números 1 e 4 já estavam esgotados (!) e ainda não consegui adquiri-los.

Falando agora um pouco do conteúdo, cada número é dedicado a um tema de interesse histórico, nacional ou internacional, e são desenvolvidas diversas abordagens desse tema. No número 5, fala-se dos preparativos, das dificuldades, do enquadramento político internacional mas também se dá voz aos cépticos e aos seus argumentos. No número 3, faz-se o enquadramento de toda a revolução desde a preparação até à tomada do poder e aos dias de hoje e valorizam-se os argumentos pró e anti Fidel Castro. No número 6, pode ler-se sobre todas as virtudes e defeitos dos regimes comunistas totalitaristas europeus, a relação do estado e dos comunistas portugueses com esses regimes para além das consequências que daí advieram. Ou seja, muito interessante de ler, com muita informação importante e não nos deixa fixado numa linha de pensamento sobre o tema em causa, aborda e explora todas as perspectivas.

Finalmente, existe em Portugal uma revista de qualidade a um preço justo sobre história. Um país como Portugal, com tanta e tão rica história, já merecia uma revista destas.

Números já editados:
1: 1968 – O ANO QUE NÃO ACABOU
2: A QUEDA DE SALAZAR E A ‘PRIMAVERA MARCELISTA’
3: CUBA – 50 ANOS DA REVOLUÇÃO
4: I GUERRA MUNDIAL – PORTUGAL NAS TRINCHEIRAS
5: E O HOMEM CHEGOU À LUA
6: O MURO DE BERLIM E A GUERRA FRIA
7: PORTUGAL HÁ 100 ANOS
8: PORTUGAL E A II GUERRA MUNDIAL
9: 1975 – O VERÃO QUENTE
10: 41 GRANDES FIGURAS DA I REPÚBLICA
11: CONSPIRAÇÕES CONTRA O REGIME


RECOMENDO MUITO