Não é nosso hábito trazer para aqui o Benfica. Também não foi para contarmos a nossa vida que criámos este blog. Mas, de quando em vez, lá vamos deixando escapar uma ou outra coisa da nossa vida pessoal que nada têm a ver com férias, interesses culturais ou saídas nocturnas e diurnas. Este é um desses momentos que, no meu entender, se justifica plenamente :)
Hoje, o novo membro da nossa família foi-se registar na nossa nação. Como já perceberam, não estou a falar do registo civil, esse já foi feito e não é suficientemente importante para trazer para aqui. Pelo contrário, o registo na nação benfiquista, uma verdadeira família de proporções mundiais, é algo com que ele se pode vir a identificar num futuro próximo e para o resto da sua vida. Algo que eu pretendo vir a dar uma ajuda.
A data não foi deixada ao acaso. Espero que ele venha a poder dizer que é sócio do Benfica desde o dia em que o Benfica ganhou o seu terceiro título europeu.
Agora sim, ao oitavo dia, começou a vida a sério. Agora és benfiquista!
Estivemos para aqui a pensar e se este é um blog sobre experiências existirá experiência mais digna de registo do que a de gerar um filho?
Bem sabemos que a maioria dos leitores deste blog já passou por essa experiência e que as nossas anotações serão inócuas e vãs, mas como cada caso é um caso, aqui fica um registo da nossa primeira experiência deste tipo.
Separando-a em trimestres, notoriamente distintos, aqui vai uma lista dos principais pensamentos/preocupações com que nos temos vindo a debater nesta aventura:
1.º trimestre
Não dá para acreditar... conseguimos mesmo que o espermatozóide desse com o óvulo?
Convictos que só vamos começar a contar a novidade depois dos 3 meses mas desbocámo-nos logo à frente dos melhores amigos e depois foi em crescendo até todo o mundo saber.
Controlo horário de 3 em 3 horas para a grávida ingerir alimentos e não ficar mal disposta (funcionou).
Fascínio pelo peixinho que fomos nós que gerámos (somos uns artistas!).
2.º trimestre
Primeiros pontapés... serão gases?
Tentar encontrar um tradutor fiável para a linguagem usada no mundo da puericultura (sling, shantala, alcofa vs berço vs cama de grades, body vs babygro, etc...)
O futuro pai especializa-se em fazer sopas.
Fascínio pelo abrir e fechar da mão do rebento a meio de uma ecografia, parecendo mesmo um aceno aos futuros papás (é um artista! sai aos pais).
3.º trimestre
O maior desafio do dia é içar a futura mãe do sofá.
Lista pormenorizada de tudo o que nos vão emprestando e esperar não a perder nos próximos anos.
Curso pré-parto - aquelas horas fantásticas onde não se ouve nada de novo, mas que tranquilizam e fazem-nos acreditar (erradamente?!?) que estamos preparados.
Fascínio pelos pés perfeitinhos e do resto do corpo todo perfeitinho do miúdo (somos uns artistas!).
E pronto, tem sido assim esta aventura e daqui a umas semaninhas começa outra que durará a vida toda :)
No último verão, à boleia do Grupo
Desportivo e Cultural da empresa onde trabalho, visitámos um dos monumentos
mais interessantes de Lisboa, tanto pela sua vertente arquitetónica e cultural
como pelo impacto sócio económico que teve na cidade aquando da sua construção.
As estórias ligadas à decisão de avançar com o projeto, planeamento, efetiva
construção e diversas alterações ao plano original conforme se sucediam os respetivos responsáveis, são tão extensas e
variadas que não vou sequer tentar resumi-las. Há volumes literários que se
debruçam sobre estas temáticas de forma pormenorizada. Importa apenas dizer que
o Aqueduto entrou em funcionamento poucos anos antes do grande terramoto de
1755 e foi dos poucos edifícios que se manteve de pé na cidade (falo, nomeadamente, do vão sobre o vale de Alcântara).
É também interessante saber que foi uma obra que durou vários anos a ser
edificada e que, após a sua conclusão, não servia por completo as necessidades
da cidade, embora representasse um incremento considerável na distribuição de
água.
A visita foi dividida por dois dias.
Inicialmente, visitámos um troço de algumas centenas de metros entre o
Reservatório da Patriarcal, situado por baixo do jardim do Príncipe Real, e o
miradouro de São Pedro de Alcântara. Percorremos esta distância, sempre por baixo do chão,
através da Galeria do Loreto. Noutro dia passámos o
Aqueduto a pé por cima do vale de Alcântara, aquele dos arcos ogivais com quase
um quilometro de comprimento e 65 metros de altura. Algumas pessoas não acharam
piada a toda esta distância para terra firme e a solução encontrada foi andarem
sempre longe do muro exterior! Será que por medo de aparecer o Pancadas (Diogo
Alves)? Mas esse não foi condenado à morte e logo enforcado? Até dizem que tem
a cabeça decepada guardada num frasco algures para lhe estudarem a mente!!! Enfim,
foi uma experiência muito interessante, mais ainda para os fotógrafos wannabe
do grupo! Depois, como no primeiro dia, tornámos a descer abaixo do chão e
fomos até ao Reservatório da Mãe d’Água nas Amoreiras.
Reportagem sobre o Reservatório da Patriarcal
Por cerca de 2€, são
visitas que aconselho vivamente pela experiência de percorrer um monumento imponente
da cidade que tão importante foi para a melhoria das condições de vida dos
lisboetas e, de uma forma sempre atual no nosso país, tão grande derrapagem
financeira representou às cortes de então. Site do Museu da Água Blog do Museu da Água Marcação de visitas: 218 100 215 ou museu@epal.pt
RECOMENDO COM UMA GUIA CATIVANTE COMO BÁRBARA BRUNO
No passado dia 26 de Maio ocupámos a nossa manhã a visitar a Quinta Velha Queijeira em Azeitão e, entre burros com o cio e cardos, aprendemos como é que se faz o famoso, apetitoso e dispendioso Queijo de Azeitão.
Num ambiente descontraído e simpático, o anfitrião, de seu nome Francisco, contou-nos a história da sua família e, associada a esta, a história do queijo de Azeitão. Ficámos a conhecer todo o processo e timings desde que o leite é mungido da cabra até à cura, já embrulhado em pano. Se este post ainda não vos motivou a darem um pulinho até lá, adianto que há tempo para fazer queijo com as nossas próprias mãos e prová-lo, acompanhado de um moscatel caseiro que é de se lhe tirar o chapéu.
Há uns meses fiz-me à estrada e cumpri com o que me havia já algum tempo prometido, fui visitar o Badoca Safari Park, que eu saiba, o único local para safari em Portugal. Claro que não é um safari à queniana, nem nada que se pareça, mas é suficientemente interessante para passar um dia divertido em família. Na ocasião, eu, a co-blogger e as duas primas K.
Cerca de uma hora e meia e 150 km depois lá chegámos. A entrada é mesmo à filme com um portal enorme em madeira, com umas inscrições em relevo, por onde passam os carros, parece o Parque Jurássico do Spielberg! Porque tinha acabado de cair uma chuvada, o parque estava vazio o que facilitou percorrer os quatro cantos e ver todos os animais bem de perto. Começámos por ouvir um barulho estranho e muito alto vindo da zona do passeio pedestre. Decidimos alimentar a nossa curiosidade e iniciar por aí a expedição.
O Iaque era o responsável pelos ruídos, talvez estivesse enresinado pela molha que apanhou instantes antes. Este animal é vizinho de outros grandalhões como o Búfalo, o Lama e a Ema. Adiante aparecem os Burros, as Cabras, as Ovelhas e os Póneis misturados com o Nandu, a Suricata, o Canguru, as Galinhas e a Watusi, uma vaca bem pequenina. Por todo o lado passeava uma família de Cocós muito barulhentos e impossíveis de apanhar.
Antes do almoço ainda tivemos tempo para dar uma volta à Ilha dos Primatas, repouso dos tranquilos Chimpanzés e dos irrequietos e brincalhões Babuínos. Depois chegou a hora do Rafting Africano, a descida nos rápidos do rio ali concebido. Três voltas bastaram para sairmos bem molhadinhos em direcção ao ex-líbris do parque, o Safari.
O Safari é feito em cima duns atrelados puxados por um tractor. Aqui ficamos com uma verdadeira sensação do que é a planície africana, ou pelo menos foi isso que me pareceu já que nunca tive o prazer de pisar África. Alguns animais, como as Zebras e as Avestruzes, gostam de confraternizar com os visitantes chegando muito perto do atrelado e dando umas bicadas traiçoeiras, outros, como os Veados e os Gamos, fogem a sete pés do contacto humano, outros ainda, como os Gnus, os Dromedários e os Búfalos, parecem indiferentes à nossa passagem talvez por saberem que ninguém os pode chatear. O momento mais excitante surge com a chegada às imediações do habitat dos Tigres de Bengala. Estes enormes felinos, com cerca de 200 kg, formam um casal de respeito. Têm uma beleza triste, talvez por estarem enjaulados! As Girafas já estavam recolhidas mas mesmo de longe são interessantes de ver.
Depois do Safari pudemos presenciar o divertido momento de alimentação dos Lémures. Dezenas de frenéticos e excitados primatas, naturais de Madagáscar, que tudo trepam a enorme velocidade em busca do alimento. No fim, já com o sol quase a pôr-se, assistimos ao show das Aves de Rapina. Águias e Falcões davam espectáculos de caça furtiva e voos picados enquanto os Mochos, as Corujas e os Urubus espreitavam atentos.
O dia chegou assim ao fim. Entrámos no carro, recomeçou a chover copiosamente e só parou quando chegámos a casa. Foi um dia bem passado.
Sugiro calçado e roupa confortáveis e umas sandes na mochila uma vez que o restaurante não prima pela qualidade nem tão pouco pelo baixo preço.
Ser dirigente do Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores da empresa onde trabalho tem estas vantagens. Proponho uma iniciativa do meu agrado e tenho a possibilidade de desfrutar dela com “apenas algum” trabalho organizativo. Foi precisamente o que se passou com esta ida ao Oceanário de Lisboa. Acompanhados de 16 miúdos espectaculares, divertidos, interessados e interessantes, lá fomos dormir com os tubarões. Aprendemos imenso sobre estes peixes. Aprendemos que não dormem, não podem, é o movimento que lhes permite respirar. Aprendemos que o sangue humano não lhes agrada e que o seu petisco favorito são as focas. Aprendemos que, na natureza, um tubarão alimenta-se apenas uma vez por mês mas no tanque central há banquete duas vez por semana. Aprendemos muitas outras coisas interessantes sobre tubarões mas também sobre os outros peixes.
A cama não era macia (!) e a excitação era muita, a noite acabou por ser mal dormida mas nada disso importou porque de manhã íamos dar duas voltas ao mundo, a volta subaquática e a volta costeira, e ainda teríamos a oportunidade de conhecer os bastidores. E assim foi. A experiência foi fantástica para todos. Dizem que já não tenho idade para estas coisas mas a verdade é que me senti uma criança.
Só tenho que agradecer a disponibilidade e dinamismo da Rita e do Francisco, os dois monitores marinhos, a companhia da Tania e, claro, aos 16 magníficos sempre contentes e divertidos que proporcionaram um excelente espírito de grupo.