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domingo, 6 de maio de 2012

A Controvérsia de Valladolid


Na sequência das comemorações do quadragésimo aniversário do Teatro da Comuna, o Teatro São Luiz estreou esta peça de grande interesse cultural e pedagógico sobre a questão moral e política da conquista espanhola das Américas e do seu relacionamento com os povos indígenas.

O texto refere-se a um encontro ocorrido em  meados do século XVI, na cidade espanhola de Valladolid, entre o frade Bartolomé de las Casas e o filósofo Juan Ginés de Sepúlveda. Este encontro pretendia levar a discussão a natureza humana e moral dos povos submetidos ao jugo dos colonos espanhóis e daí tirar uma conclusão, ou os indígenas eram iguais aos espanhóis e os colonos teriam que os libertar ou eram de outra espécie, inferior, e teriam que continuar a ser submetidos de forma a serem purificados pelo cristianismo que lhes salvaria a alma. O mediador desta discussão, um cardeal enviado pelo Papa, tinha o poder de tomar uma decisão com efeito vinculativo após ouvir os dois intervenientes. Bartolomé de las Casas defendia que os índios têm alma, sentimentos e expressões humanas e que eram os espanhóis que os maltratavam sem terem sido agredidos, algo que tinha presenciado. Já Sepúlveda, que nunca tinha estado no Novo Mundo, defendia que o povo mais avançado do mundo, os espanhóis, tinha o direito divino de submeter os locais, povos atrasados no que respeita à fé e à cultura, ao seu domínio.

A peça vale pelo texto que é fantástico. A argumentação de cada uma das personagens é muito interessante e permite-nos refletir sobre a situação existente e as razões que levava cada um dos lados à defesa da sua posição. A conclusão do cardeal é polémica e o fim da peça é, no mínimo, inesperado mas muito “à época”!

Texto – Jean-Claude Carrière
Encenação – João Mota
Bartolomé de las Casas – Carlos Paulo
Juan Ginés de Sepúlveda – Virgílio Castelo
Cardeal – Álvaro Correia

Preço: 17 € (8,5 € para estudantes e 11,90 € para grupos de 10 ou mais)

RECOMENDO NUMA PRÓXIMA VEZ EM CENA

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um Violino no Telhado

Há uns tempos estreei-me em duas situações: pela primeira vez entrei no teatro Politeama para assistir a uma peça e, também pela primeira vez, assisti a uma encenação do afamado Filipe La Féria. Apesar de não ser o estilo que mais me atrai, reconheço que temos neste homem um encenador de espectáculos grandiosos, com muito movimento, música e, aparentemente, sem restrições orçamentais! Não admira que a afluência de público seja considerável.

Quanto à peça, um clássico da Broadway estreado em 1965, é um musical cheio de energia e com uma excelente representação do protagonista José Raposo. O enredo conta a história de uma família judaica no sul da Rússia czarista do século XX, das suas tradições religiosas e das mudanças sociais provocadas pela revolução bolchevique e pela irreverência natural dos jovens que não se revêem nas tradições.

Já vi um musical na Broadway, West Side Story, outro em Londres, Saturday Night Fever, e, na minha opinião, o Filipe La Féria não lhes fica atrás por muito! Tem a mesma pompa, grandiosidade e glamour dos musicais mais afamados mas... é português!



Preço: 35 € (15€ na Groupon)

RECOMENDO A APRECIADORES DO GÉNERO