segunda-feira, 4 de novembro de 2013

DocLisboa 2013

Pela segunda vez fomos ao DocLisboa e pela segunda vez tivemos a mesma sensação: Porque raio não viemos a este festival mais vezes?!!!
A nossa estreia foi em 2007, na 5ª edição deste festival. Nesse ano vi um doc sobre Zinedine Zidane, o futebolista, à data, do Real Madrid, e outro sobre a vida e obra de Marlon Brando. O primeiro mostrava o jogador durante um jogo. O som e a imagem apenas de Zidane. O segundo é o típico documentário de vida e obra com o benefício do objeto ser um ator de enorme qualidade com uma vida cheia e uma filmografia invejável. Depois deste doc vimos, já em casa, Um Elétrico Chamado Desejo, um filme de 1951, a preto e branco, que adorámos. Ambos passaram no cinema São Jorge.


Este ano vimos, como em 2007, dois docs na 11ª edição deste festival.
Abrimos no dia 25 de outubro, na Culturgest, com um tema que já há muito queria compreender melhor, o ativismo político das Pussy Riot e as razões do seu encarceramento. O filme é russo e chama-se Pokazatelnyy Protsess: Istoryia Pussy Riot, ou Free Pussy Riot, em inglês. Posso dizer que superou as nossas expectativas, no meu caso, pela forma isenta como tentou retratar o fenómeno da banda feminina de Punk Rock. Para além dos membros da banda, falaram os familiares, os advogados de defesa mas também os de acusação, pessoas ligadas à Igreja Ortodoxa bem como outras pessoas interessadas no processo e críticas do comportamento das Pussy Riot. As performances da banda são sobejamente conhecidas, o que eu não conhecia era o ativismo que elas já demonstravam muito antes da formação das Pussy Riot. Percebem-se, de forma clara, as suas manifestações como indivíduos e como grupo. Acompanharam as audiências em tribunal o que permitiu perceber que a separação de poderes na Rússia ainda não é o que poderia ser. Em baixo o vídeo promocional.


O outro que vimos veio de Angola, ou melhor, feito por portugueses mas com perfume angolano. Chama-se I Love Kuduro e procura dar a conhecer as estrelas nacionais e internacionais do Kuduro, as suas origens, muitas vezes dos guetos periféricos de Luanda, e as enormes massas de gente que arrastam para os concertos. O realizador, Mário Patrocínio, repete o êxito conseguido com Complexo: Universo Paralelo, filme que ainda não vi mas lembro-me do impacto mediático que teve e, agora, fiquei com mais vontade de o ver. Em baixo, o vídeo promocional de I Love Kuduro.


Por fim, resta dizer que este festival teve mais de duas centenas de documentários, uns a concurso nacional, outros a concurso internacional, outros ainda fora de concurso, e que há muito por onde escolher. A nossa escolha recaiu em alguns dos mais óbvios (não foi por acaso que as salas estavam cheias e a sala do São Jorge tem capacidade para mais de 800 pessoas) mas outros houve que me despertaram interesse e que, por uma razão ou por outra, não pudemos ver. Gostava de ter visto o Mistaken for Strangers, que mostra a banda The National em digressão. Para além deste, havia vários docs sobre música que me pareceram interessantes como o que retratava o reencontro dos Stone Roses, outro que mostrava o processo de preparação duma opera pela Balletde l’Opéra de Paris ou ainda um sobre o lendário músico de Jazz Dizzy Gillespie. Nesta edição a organização decidiu criar uma secção com seis docs sobre o golpe militar de Augusto Pinochet que depôs Salvador Allende no Chile. Enfim, dá para perceber que, havendo tempo, passavam-se uns bons onze dias metidos em salas de cinema.

RECOMENDO TODOS OS ANOS

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Exposição Animais Exóticos

Fomos, no último fim de semana, ver esta exposição no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações. Cerca de 100 espécies de animais exóticos acabam por ser muitas e ainda demorou algum tempo para ver tudo!
Fui ver a definição de exótico. O Priberam diz que é algo que vem do estrangeiro, de clima diferente, ou que é esquisito, extravagante. De facto, estes animais são esquisitos e vêm de climas diferentes do nosso... confere.

O primeiro que vimos, quando entrámos, foi o bicho-pau. Que bicho estranho! Parece um galho de uma árvore mas mexe-se! Depois fomos directos para a zona dos répteis, isto porque estava um biólogo com um lagarto ao colo a contar a história do bicho e era possível passar-lhe a mão pelo pêlo, ou melhor, pela pele, que era rija e áspera. Todos os dias fazem este tipo de interacção entre os animais e os visitantes da exposição. Depois dos répteis fomos para a zona dos mamíferos, onde interagimos com uma doninha, e depois para a das aves. Aí tivemos oportunidade de ouvir as Kookaburras cantar...


Depois da interacção demos uma volta mais demorada ao recinto e vimos os animais todos, um por um. As cobras destacam-se por serem grandes e pelas cores berrantes. Há também alguns lagartos bem grandes. Há bichos, como alguns sapos, pequenos lagartos e gafanhotos, que se camuflam muitíssimo bem na natureza. Há uns que mordem, há outros que saltam, há os que se escondem e há os que fazem barulho. Há baratas, há escorpiões e há um caranguejo Halloween. Há de tudo e vale a pena ver. O próximo vídeo é promocional do evento.


A entrada custa 9€ por adulto e 7€ por criança mas também há packs de grupos com desconto.
Há interacção com os animais todos os dias das 14h30 às 17h30 e a exposição estará aberta até dia 5 de Janeiro.

RECOMENDO A TODAS AS CRIANÇAS BEM COMO AOS PAIS

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

As praias do nosso Verão - Compêndio

Já habituados (mas ressentidos!) a férias sem subsídios, este ano propusemo-nos a um roteiro de praias. A ideia era ir a uma praia diferente todos os dias (+/-), aproveitar o dia de praia e no fim tirar uma foto para a posteridade. Acabámos por repetir algumas praias e poucas tiveram direito a foto! Ainda assim, decidimos classificá-las. Algumas já conhecíamos, outras fomos pela primeira vez. A classificação reflete uma série de fatores como a limpeza, temperatura da água, beleza natural, custo para lá chegar (em tempo e dinheiro) e vários outros mas, principalmente, aquilo que cada um de nós sentiu no(s) dia(s) da respetiva praia. É, por isso, altamente subjetivo e pessoal. A escala vai de 2 a 26 pontos possíveis.

O resultado é o seguinte:

Indiscutível campeã – Meco, Sesimbra (26 pontos)
TZ – 13 pontos
FG – 13 pontos


Honrosa finalista – Galapos, Serra da Arrábida (22 pontos)
TZ – 11 pontos
FG – 11 pontos


Medalha de bronze – Adraga, Sintra (21 pontos)
TZ – 12 pontos
FG – 9 pontos
 

4ª classificada – Alagoa, Altura (20 pontos)
TZ – 8 pontos
FG – 12 pontos


5ª classificada – Odeceixe, Aljezur (19 pontos)
TZ – 9 pontos
FG – 10 pontos


6ª classificada – Comporta, Alcácer do Sal (14 pontos)
TZ – 10 pontos
FG – 4 pontos


7ª classificada (execuo) – Santa Cruz, Torres Vedras (12 pontos)
TZ – 7 pontos
FG – 5 pontos


7ª classificada (execuo) – Pé Nú, Costa da Caparica (12 pontos)
TZ – 5 pontos
FG – 7 pontos

9ª classificada – Mata, Costa da Caparica (11 pontos)
TZ – 3 pontos
FG – 8 pontos

10ª classificada – Infante, Costa da Caparica (10 pontos)
TZ – 4 pontos
FG – 6 pontos

Penúltima – Maçãs, Sintra (9 pontos)
TZ – 6 pontos
FG – 3 pontos

Última classificada (execuo) – Guincho, Cascais (3 pontos)
TZ – 2 pontos
FG – 1 ponto

Última classificada (execuo) – Carcavelos, Lisboa (3 pontos)
TZ – 1 ponto
FG – 2 pontos

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

As praias do nosso Verão - Episódio 1

No primeiro dia de férias fomos até à Costa da Caparica. Podia ter sido uma senda horrível, num trânsito de nos pôr os cabelos em franja? Podia, mas não foi a mesma coisa ir de motinha. Num instante pusemo-nos na praia do Infante onde nos deparámos com um casamento no bar Casablanca todo cinematográfico onde os convidados (nem de propósito) vinham todos vestidos de branco.

Aproveitei o dia de praia para ler um livro pequeno e "O Fogueiro" de Franz Kafka acompanhou-me no saco da praia. Para surpresa da minha ignorância sobre o escritor, este fragmento é apenas o primeiro capítulo do livro "Amerika" que muitas vezes é editado em separado porque pelo que parece foi a única parte autorizada a ser publicada pelo escritor, diretiva ignorada após a sua morte. 
Fez-me lembrar o início do Titanic, mas versão Miseráveis e com um toque de Charles Dickens (alguns intelectuais devem estar com vontade de me matar). Pareceu-me bastante cinematográfico mas com algumas reações de personagens despropositadas, incompreensíveis para uma geração tão afastada.

Seguiram-se uns belos caracóis afogados em panachés e mais meia dúzia de episódios de The Big Bang Theory, já no sossego do lar.

Para o primeiro dia de férias (deste ano) sem subsídio, foi bem bom  - espero que o Passos não seja seguidor deste blog :)

RECOMENDO A PRAIA DE MOTA
RECOMENDO O LIVRO (COMPLETO)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda

Julho, domingo de manhã, a pagar 10€, nunca pensei encontrar uma fila com mais de 30 pessoas a fazerem questão de entrar no Palácio Nacional da Ajuda para ver a exposição da Joana Vasconcelos. Bem sei que o estado do tempo não convidava à praia, mas mesmo assim surpreendeu-me. 

Quanto à exposição, não me surpreendeu. Gostei. Nem muito nem pouco. Gostei simplesmente. Ou seja, não é de se ficar de queixo caído, contudo vale a pena os 10€, caso não tenhamos visto nada da artista e ainda mais se não conhecemos o palácio da Ajuda. 

Gostei de passear no “Jardim do Éden (Maria Pia)", de me sentir pequenina ao lado dos sapatos “Marilyn”, feitos de tachos, do lustre “Carmen”, mas sem dúvida nenhuma que o “Coração Independente Vermelho” é o ex-líbris da exposição, feito de talheres de plástico, juntamente com o fado “Estranha Forma de Vida”, encantou-me durante largos minutos.


quarta-feira, 31 de julho de 2013

O Destino Turístico - Rui Zink (2008)



Pela primeira vez lancei-me na leitura duma obra de Rui Zink. Não que tenha comprado o livro, que mo tenham oferecido ou que o tenha pedido emprestado a alguém, antes, fui “forçado” a lê-lo! Fiz um acordo com a Tania, livro sim livro não, leríamos um indicado pelo outro e da sua coleção. Resultado, eu li um livro da coleção da Tania e indicado por ela. Ela não leu o livro que eu lhe indiquei da minha coleção (nem vai ler nenhum que eu lhe indique!). E assim correm o acordos naquela casa!

Sempre gostei da personagem Rui Zink. Era um fã da Noite da Má Língua (como agora não perco o Governo Sombra). Gosto da inteligência, capacidade argumentativa e sarcasmo postos ao serviço do humor e da sátira na análise da sociedade. Descobri que também é muito criativo e sabe construir um texto de forma a que as aparências iludam. Gostei muito deste livro, a sensação com que li o (enorme) primeiro capítulo, e a perceção que tive da história, foram completamente diferentes das com que o acabei. Tão brincalhão que é Rui Zink! Escreve bem, como não poderia deixar de ser, se bem que me irrita a quantidade de parêntesis que coloca. Admito que alguém possa achar engraçado e muito rico, a mim quebra-me a concentração, quebra-me aquela coisa boa que é estar completamente mergulhado na história e perdido do tempo real. Talvez seja eu que sou limitado!!!

Quanto ao livro, conta a história dum homem que se desloca a um local algo surreal e desconhecido com o intuito de morrer. Ou será que não é bem isto?

RECOMENDO O AUTOR E O LIVRO

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Feira do Livro de Lisboa, 2013

Começo como comecei no ano passado: Mais um ano, mais uma visita. Encerrou no passado dia 10 a 83ª edição da Feira do Livro de Lisboa e este ano mudámos a estratégia! No ano passado tinham lançado a novidade “Hora H” mas nós, desconfiados que somos, nem quisemos saber do que se tratava. Fizemos mal porque havia €€€ a poupar. Este ano a estratégia passou por dar umas voltinhas, apreciar o ambiente, tirar umas referências aqui e ali mas não comprar nada até que numa quarta-feira, entre as 22h00 e as 23h00, atacámos em força e o resultado foi este...


Para quem não está familiarizado, a Hora H consiste em preços especiais entre as 22h00 e as 23h00 (hora de fecho da feira), de segunda a quinta. Os preços especiais são diferentes de editora para editora mas pode-se dizer que é uma espécie de 50% sobre o PVP para todos os livros que não os mais recentes. É de aproveitar.

Apesar das várias aquisições e dos bons descontos, sinto que este ano não aproveitei bem a feira. Só lá fui 3 vezes, não falei com nenhum autor e passei lá pouco tempo. Talvez tenha sido bom para que no próximo ano tenha mais vontade de passar lá mais tempo.

Quanto aos livros comprados por mim destaco A Queda dos Gigantes, de Ken Follett. Um autor que se tornou famoso por policiais não será, certamente, um ídolo meu mas também escreve romances históricos, género que aprecio, e dizem que os escreve com qualidade e rigor histórico. Este é o primeiro livro de uma trilogia que acompanha as vivências de 5 famílias durante o “século do povo”. Uma família americana, outra russa, outra alemã, outra inglesa e finalmente uma escocesa. Promete!
Outro que promete é A Cidade Impura, de Andrew Miller. O cenário é o fim do período setecentista parisiense em que um engenheiro é chamado à corte para planificar e executar a demolição do cemitério e igreja d’Os Inocentes. Gosto deste período de pré revolução francesa. Vamos ver como Miller consegue retratar o ambiente de agitação social da época e a indiferença da corte.
O mais “certo” que comprei foi O Castelo, de Franz Kafka. Certo porque Kafka é, talvez, o meu autor favorito. Já li A Metamorfose, O Processo e Carta ao Pai. Este será uma excelente adição à minha estante Kafkiana.
Por último, comprei um livro que tinha debaixo de olho há algum tempo e que me parecia interessante. O romance de estreia de Pedro Almeida Vieira, Nove Mil Passos. Este livro tem como pano de fundo a construção do Aqueduto das Águas Livres de Lisboa ao mesmo tempo que serve para o autor mostrar o quotidiano da Corte e da sociedade da época. Estava entusiasmado mas quando me deparei com o livro vi que estava marcado a um preço bastante reduzido (menos de 4€) sem qualquer desconto. Quer queiramos quer não, acaba por ser uma redução das expectativas formadas, embora não devesse ter qualquer influência. Quando o for ler já não me lembro disto.

Carrinho de compras - Filipe
Presença - Ken Follett - A Queda dos Gigantes
Presença - Andrew Miller - A Cidade Impura
Livros do Brasil - Franz Kafka - O Castelo
Sextante - Pedro Almeida Vieira - Nove Mil Passos
Porto - Valerio Massimo Manfredi - Idos de Março
Padrões Culturais - Adolf Hitler - A Maior Luta da História
Padõres Culturais - Karl Marx e Friedrich Engels - Manifesto Comunista

A Tania fez outras escolhas, naturalmente. Uma pulga que já há algum tempo tinha atrás da orelha era A Questão Finkler, de Howard Jacobson. Este vencedor do Man Booker Prize de 2010 acabou mesmo por vir para casa. Um livro que parece contar a história de um homem em plena crise de meia idade com a questão judaica à mistura. Dizem que Howard Jacobson escreve bem mas nenhum de nós o conhece. Esperemos que o prémio seja um bom prenuncio mas não deixa de ser uma aposta.
Não premiado mas amplamente conhecido é o livro de Tim Burton, A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e Outras Historias. À primeira vista pode ser considerado um livro infantil pelas ilustrações deliciosas que tem mas, tendo em conta a mente distorcida de Burton, será certamente um conjunto de histórias de terror em formato de poema. Sou um fã d’A Noiva Cadáver e de Vincent, por isso estou ansioso para ler este livro.
Acabo com dois livros do Nobel de 2010, Mario Vargas Llosa, o novo ídolo da Tania. Ficou fã depois de ler Travessuras da Menina Má e acabou por trazer Lituma nos Andes e A Tia Julia e o Escrevedor. O primeiro recupera o militar investigador Lituma presente n'A Casa Verde e Quem Matou Palomino Molero?. A Tia Julia e o Escrevedor terá um registo diferente, menos policial, mais romance de critica social. Apesar do fascínio da Tania por Vargas Llosa, confesso que não me entusiasma pese embora ainda não tenha lido nada dele. Tenho algo contra a escrita dos sul americanos conceituados que não sei muito bem explicar o que é! Soam-me todos a sentimentalistas demasiado descritivos... perco a paciência. Também é verdade que conheço pouco mas já li o guru deles, Gabriel García Márquez e desiludiu-me sobremaneira. Enfim, talvez tenha sido uma má experiência. Terei que voltar à carga mas atualmente os meus interesses são outros.

Carrinho de compras - Tania
Porto - Howard Jacobson - A Questão Finkler
Saída de Emergência - Irvin Yalom - Mentiras no Divã
Qetzal - Irvine Welsh - Crime
Qetzal - Richard Yates - Onze Tipos de Solidão
Qetzal - Julian Barnes - O Sentido do Fim
D. Quixote - Mario Vargas Llosa - A Tia Julia e o Escrevedor
D. Quixote - Mario Vargas Llosa -Lituma nos Andes
Cavalo de Ferro - Flannery O'Connor - O Céu é dos Violentos
Antígona - Tim Burton - A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e Outras Histórias

Dimensão do estrago:
16 livros comprados
PVP acumulado - cerca de 248 €
Valor pago acumulado - cerca de 120 €
Poupança total - cerca de 128 €
Custo médio por livro - cerca de 7,50 €
Desconto médio por livro - cerca de 52%

Site da Feira do Livro de Lisboa
Feira do Livro de 2011
Feira do Livro de 2012

RECOMENDO... SEMPRE

terça-feira, 11 de junho de 2013

Great American Disaster

Na semana passada, para aproveitar a Hora H na Feira do Livro de Lisboa (tema para um próximo post), decidimos jantar por Lisboa e o Great American Disaster veio mesmo a calhar porque fica lá perto, porque já há algum tempo que queria lá voltar e também porque a TZ não conhecia.


Quando entramos somos transportados para os dinners tipicamente americanos dos anos 1950. Tudo foi pensado ao pormenor! As mesas, as cadeiras, as fardas dos empregados, as ementas e até os posters nas paredes que promovem o turismo em cidades americanas. Tudo muito fifties. O menu tem pizas, hambúrgueres e bifes, como não poderia deixar de ser. As batatas fritas e os batidos também são tradicionais. O problema começa com a chegada da comida, as expectativas altas não são correspondidas, nem de perto nem de longe!!! Bife queimado, batatas fritas cruas, salada seca e sobremesa congelada. Nem a espetacular vista para a rotunda do Marquês amenizou a desilusão!

Não ser caro não desculpa a fraca qualidade da comida e da confeção, ainda assim, pagámos cerca de 23 € por um steak com molho de natas e cogumelos, um hambúrguer, duas Buds e uma tarte de maçã e canela com gelado. Parecia barato mas acabou por sair caro visto que o passeio na Feira do Livro acabou por ser feito a ritmo de má disposição!

RECOMENDO PARA BEBER UM BATIDO E APRECIAR A VISTA, NADA MAIS

terça-feira, 7 de maio de 2013

O Claustro do Silêncio - Luís Rosa (2002)


Trago-vos agora aquele que é o meu escritor português preferido da atualidade, Luís Rosa. Este é o segundo livro que leio dele. Li Bocage – A vida apaixonada de um genial libertino há uns anos e adorei. Essa oferta de JO e FD foi como uma lufada de ar fresco por ter sido a primeira vez que li um livro deste género. Fazendo-se passar por escritor de romances históricos, Luís Rosa vai mais além e, neste livro (Bocage), coloca o afamado escritor do século XVIII como protagonista ousando dar-lhe discurso direto, ou seja, percorremos a vida atribulada de Bocage, de Setúbal a Lisboa passando pela Índia, sempre na primeira pessoa como se ele estivesse a falar connosco!

O que me leva a gostar deste autor é o excelente nível da sua investigação histórica, a qualidade da sua escrita, empregando sempre termos e expressões usadas à época, e, como disse antes, esta capacidade de promover diálogos e discussões entre figuras que existiram com um rigor histórico aplaudido por historiadores.

O Claustro do Silêncio foi o primeiro romance escrito por Luís Rosa e retrata o período de domínio dos monges da Ordem de Cister que faziam do Mosteiro de Alcobaça o seu centro nevrálgico. Desde a história de Pedro e Inês, passando pelas invasões napoleónicas até à luta fratricida entre liberais e absolutistas, tudo serve de cenário ao protagonista, um frade chamado Elias Cravo que se debate com questões profundas como o conflito entre o domínio tirânico do D. Abade do Mosteiro sobre as gentes dos coutos e todo a prosperidade que os frades traziam àquela terra. A companhia do jovem frei João de Chiqueda é o mote que o leva a dispersar-se pela história do Mosteiro de Alcobaça e pela sua própria história que também contempla Etelvina, Angélica, frei Leão de Alvorninha  e o padre Rufino. Que nomes espetaculares!

Publicações de Luís Rosa:
O Claustro do Silêncio – 2002
O Terramoto de Lisboa e a Invenção do Mundo – 2004
O Amor Infinito de Pedro e Inês – 2005
Bocage – A Vida Apaixonada de um Genial Libertino – 2007
O Dia de Aljubarrota – 2008
Memória dos Dias sem Fim – 2009

RECOMENDO LEITURA ATENTA COM A CABEÇA DESOCUPADA

terça-feira, 30 de abril de 2013

TOP TEN - Álbuns de Música

Polémico, bem sei, mas o intuito é superar um desafio e não fazer uma declaração de razão suprema. Esclarecido este ponto, anuncio que dou por inaugurada uma nova série de posts deste blogue intitulada TOP TEN.

Pedi ao Filipe que enumerasse os seus dez álbuns de música favoritos, tendo eu feito o mesmo, impondo as seguintes regras:
  1. Necessariamente, terão que ser dos álbuns mais ouvidos por nós, excluindo Ministars, Onda Choc e outros afins de fanatismos infanto-juvenis
  2. Temos que saber grande parte ou toda a letra de pelo menos três das faixas que constituem o álbum
  3. Têm que ser de dez bandas/intérpretes diferentes
Esclarecidas as regras, ficaram assim os nossos TOP TEN - Álbuns de Música:

TANIA (ordem alfabética)

FILIPE (ordem cronológica)

terça-feira, 23 de abril de 2013

Dias da Música 2013 – O Impulso Romântico


O fim de semana que passou foi dedicado à música, mais clássica e menos contemporânea. Mais uma edição dos Dias da Música, mais uma presença deste vosso amigo! Este ano atrasei-me a comprar os bilhetes e o resultado foram alguns lugares menos bons nalguns concertos. Ainda assim, vamos para ouvir e ouviu-se boa música.

Missa Solemnis, Beethoven

Tudo começou na sexta feira à noite com o mais grandioso dos quatro concertos a que assistimos.
Por falta de bilhetes na plateia, seguimos para os camarotes laterais. Devo dizer que a experiência foi do meu agrado, já a TZ sentiu que os sons não se misturavam o suficiente (tem a mania que é entendida)!!! Para alguém, como eu, que aprecia mas não percebe muito, poder ver a orquestra por cima e perceber exatamente onde está cada instrumento e qual a sua preponderância em cada momento ou andamento é interessante. Além disso, ver um concerto de música clássica no grande auditório do CCB num camarote é outro estilo :)
Relativamente ao concerto propriamente dito, não fiquei estarrecido mas gostei. Para além da Orquestra Metropolitana de Lisboa, atuaram também os coros de Freamunde (Ensemble Vocal) e Lisboa (Lisboa Cantat) bem como quatro solistas vocais - soprano, meio-soprano, tenor e baixo. Houve momentos de verdadeiro poder sonoro, principalmente quando os dois coros “davam tudo”, mas, talvez por ser uma missa, não me agarrou por completo. Sem dúvida que gosto mais das sinfonias dele.


Sinfonia nº 3 Heróica, Beethoven

No sábado os concertos começaram cedo, às 14h00 estávamos de volta ao grande auditório mas desta vez na plateia.
Este foi o concerto de que mais gostei do fim de semana musical. Na verdade, achei arrebatador! Pelo que dizem os entendidos, esta é a composição que marca o fim da era clássica e o início do romantismo, precisamente o tema do festival. O maestro, Pedro Carneiro, deu show! No fim do dia ouvi uma entrevista que deu à Antena 2 em que disse que estava fisicamente cansado, porque terá sido? Um aspeto que me surpreendeu foi o facto de os músicos estarem todos de pé, à exceção dos violoncelos e contrabaixos de cordas, naturalmente. Por falar em contrabaixos de cordas, este foi o naipe que mais me chamou à atenção, talvez porque o chefe de naipe parecia um cowboy do faroeste com o instrumento a rigor. Começo a chegar à conclusão que este é o instrumento que mais me agrada ouvir, já quando vi o Trio Jack Loussier, neste mesmo festival, noutro ano, fiquei com a mesma sensação.

O Poeta dos Sons

E agora para algo completamente diferente mas absolutamente representativo deste período romântico, um teatro musical ao melhor estilo das serenatas do séc. XIX. Catarina Molder (soprano), Rui Baeta (barítono) e Angel Gonzalez (piano) representaram respetivamente Clara Shumann, Robert Schumann e Johannes Brahms. Os problemas de Robert com a crítica, a sua falta de inspiração, o amor com Clara, as serenatas entre eles, a amizade de Brahms, tudo isto foi representado em pouco mais de meia hora. Teria sido melhor se tivesse sido cantado em português em vez de alemão que, infelizmente, não domino! Ainda assim, gostei do ambiente mesmo com uma sala excessivamente quente que deixava o sono apoderar-se de nós, alguns de nós pelo menos!

Blues, Samuel James

Acabámos ao som da peculiar guitarra de Samuel James. Este trovador das raízes do Soul é uma espécie de Legendary Tigerman americano. Que eu tivesse visto, só tinha uma guitarra na mão mas parecia que estava a tocar vários instrumentos ao mesmo tempo. Aproveitem para o ver ao vivo da próxima vez que por cá passar desde que numa sala pequena e intimista, é como resulta melhor. Deixo-vos com um vídeo que encontrei.

Samuel James - Nineteen

RECOMENDO TODOS OS ANOS EM ABRIL