Polémico, bem sei, mas o intuito é superar um desafio e não fazer uma declaração de razão suprema. Esclarecido este ponto, anuncio que dou por inaugurada uma nova série de posts deste blogue intitulada TOP TEN.
Pedi ao Filipe que enumerasse os seus dez álbuns de música favoritos, tendo eu feito o mesmo, impondo as seguintes regras:
Necessariamente, terão que ser dos álbuns mais ouvidos por nós, excluindo Ministars, Onda Choc e outros afins de fanatismos infanto-juvenis
Temos que saber grande parte ou toda a letra de pelo menos três das faixas que constituem o álbum
Têm que ser de dez bandas/intérpretes diferentes
Esclarecidas as regras, ficaram assim os nossos TOP TEN - Álbuns de Música:
O fim de semana que passou foi dedicado à música, mais
clássica e menos contemporânea. Mais uma edição dos Dias da Música, mais uma
presença deste vosso amigo! Este ano atrasei-me a comprar os bilhetes e o
resultado foram alguns lugares menos bons nalguns concertos. Ainda assim, vamos
para ouvir e ouviu-se boa música.
Missa Solemnis, Beethoven
Tudo começou na sexta feira à noite com o mais grandioso dos
quatro concertos a que assistimos.
Por falta de bilhetes na plateia, seguimos para os camarotes
laterais. Devo dizer que a experiência foi do meu agrado, já a TZ sentiu que os
sons não se misturavam o suficiente (tem a mania que é entendida)!!! Para
alguém, como eu, que aprecia mas não percebe muito, poder ver a orquestra por
cima e perceber exatamente onde está cada instrumento e qual a sua
preponderância em cada momento ou andamento é interessante. Além disso, ver um
concerto de música clássica no grande auditório do CCB num camarote é outro
estilo :)
Relativamente ao concerto propriamente dito, não fiquei
estarrecido mas gostei. Para além da Orquestra Metropolitana de Lisboa, atuaram
também os coros de Freamunde (Ensemble Vocal) e Lisboa (Lisboa Cantat) bem como
quatro solistas vocais - soprano, meio-soprano, tenor e baixo. Houve momentos
de verdadeiro poder sonoro, principalmente quando os dois coros “davam tudo”, mas,
talvez por ser uma missa, não me agarrou por completo. Sem dúvida que gosto
mais das sinfonias dele.
Sinfonia nº 3 Heróica, Beethoven
No sábado os concertos começaram cedo, às 14h00 estávamos de
volta ao grande auditório mas desta vez na plateia.
Este foi o concerto de que mais gostei do fim de semana
musical. Na verdade, achei arrebatador! Pelo que dizem os entendidos, esta é a composição
que marca o fim da era clássica e o início do romantismo, precisamente o tema
do festival. O maestro, Pedro Carneiro, deu show! No fim do dia ouvi uma
entrevista que deu à Antena 2 em que disse que estava fisicamente cansado, porque terá sido? Um aspeto que me surpreendeu foi o facto de os músicos estarem
todos de pé, à exceção dos violoncelos e contrabaixos de cordas, naturalmente. Por
falar em contrabaixos de cordas, este foi o naipe que mais me chamou à atenção,
talvez porque o chefe de naipe parecia um cowboy do faroeste com o instrumento
a rigor. Começo a chegar à conclusão que este é o instrumento que mais me
agrada ouvir, já quando vi o Trio Jack Loussier,neste mesmo festival, noutro
ano, fiquei com a mesma sensação.
O Poeta dos Sons
E agora para algo completamente diferente mas absolutamente
representativo deste período romântico, um teatro musical ao melhor estilo das
serenatas do séc. XIX. Catarina Molder (soprano), Rui Baeta (barítono) e Angel
Gonzalez (piano) representaram respetivamente Clara Shumann, Robert Schumann e
Johannes Brahms. Os problemas de Robert com a crítica, a sua falta de inspiração,
o amor com Clara, as serenatas entre eles, a amizade de Brahms, tudo isto foi
representado em pouco mais de meia hora. Teria sido melhor se tivesse sido
cantado em português em vez de alemão que, infelizmente, não domino! Ainda
assim, gostei do ambiente mesmo com uma sala excessivamente quente que deixava
o sono apoderar-se de nós, alguns de nós pelo menos!
Blues, Samuel James
Acabámos ao som da peculiar guitarra de Samuel James. Este
trovador das raízes do Soul é uma espécie de Legendary Tigerman americano. Que
eu tivesse visto, só tinha uma guitarra na mão mas parecia que estava a tocar vários
instrumentos ao mesmo tempo. Aproveitem para o ver ao vivo da próxima vez que
por cá passar desde que numa sala pequena e intimista, é como resulta melhor.
Deixo-vos com um vídeo que encontrei.
Hoje trago-vos Melech Mechaya. Quem não sabe o que é anda distraído do panorama musical nacional. Esta banda é relativamente recente mas já tem dado que falar nos palcos portugueses e nalgumas incursões pelo território dos nossos vizinhos espanhóis. Pelo nome, devem ter raízes judaicas mas é apenas um palpite! Só têm cinco anos de conjunto mas já dois álbuns de originais editados. Não se sintam mal, também não conheço estes rapazes há muito tempo mas já fazem parte do meu calendário musical para o verão.
O género musical segue os muito conhecidos Gogol Bordello, Beirut e o enorme Emir Kusturica, ou seja, música dos Balcãs com toda a sua energia, ritmo eletrizante e uso de instrumentos variados em que o clarinete e o violino têm papel de destaque.
O vídeo em baixo é uma produção premiada em Portugal e no estrangeiro da música Dança do Desprazer, do primeiro álbum da banda, Budja Ba.
Álbuns
2008 – Melech Mechaya (EP)
2009 – Budja Ba
2011 – Aqui em baixo tudo é simples
e desde aí como que desisti de os seguir para todo o lado, optando por uma versão mais cabeça de rádio da vida.
Convenceram-me. Fui. E sem dúvida foi uma agradável surpresa. Gostei da sonoridade e poder das novas músicas e foi simplesmente delirante estar em 2011, em Lisboa, a ouvir o Billy Corgan a cantar várias músicas do Mellon Collie, numa noite de nevoeiro desgraçado (impregnou um misticismo à coisa).
Foi engraçado ver que a maioria dos fãs já está velha, mas continua fiel e a saber as letras de cor, mesmo de b-sides, e que ele continua a presentear-nos com mimos já que foi o único concerto da tournée em que ele voltou sozinho para cantar/tocar a Disarm.
Foi um belo presente de Natal, neste ano de meias contenções, e para partir em jeito de um desejo de Boas Festas, deixo-vos com a Muzzle que foi um verdadeiro doce ouvir, juntamente com a letra, já que para mim é verdadeira poesia.
I fear that I'm ordinary, just like everyone
To lie here and die among the sorrows
Adrift among the days
For everything I ever said
And everything I've ever done is gone and dead
As all things must surely have to end
And great loves will one day have to part
I know that I am meant for this world
My life has been extraordinary
Blessed and cursed and won
Time heals but I'm forever broken
By and by the way...
Have you ever heard the words
I'm singing in these songs?
It's for the girl I've loved all along
Can a taste of love be so wrong
As all things must surely have to end
And great loves will one day have to part
I know that I am meant for this world
And in my mind as I was floating
Far above the clouds
Some children laughed I'd fall for certain
For thinking that I'd last forever
But I knew exactly where I was
And I knew the meaning of it all
And I knew the distance to the sun
And I knew the echo that is love
And I knew the secrets in your spires
And I knew the emptiness of youth
And I knew the solitude of heart
And I knew the murmurs of the soul
And the world is drawn into your hands
And the world is etched upon your heart
And the world so hard to understand
Is the world you can't live without
And I knew the silence of the world
Como habitual neste período do ano, o CCB voltou à carga com o festival de música clássica mais apreciado de Lisboa. Este ano, os Dias da Música foram subordinados ao tema “Da Europa ao Novo Mundo”. Dizem os experts que foi um tema muito bem escolhido porque este período musical é muito rico, um tanto ou quanto revolucionário e embrião do que estaria para acontecer durante o século XX.
Há anos que visito o CCB por altura deste festival mas sou um consumir esporádico deste género musical, trocando por miúdos, gosto mas percebo pouco! Tenho um colega de trabalho que me tem servido de muleta. É ele que me diz o que é bom e quando vai acontecer. É claro que cada um terá os seus gostos e as suas opiniões mas até aqui não me tem deixado mal. Este ano avisou-me de que já estavam disponíveis para compra os bilhetes e sugeriu-me dois concertos que já estavam esgotado (apenas uma semana depois de terem sido postos à venda), o do Laginha com o Sassetti e um tango que nem sei quem eram os intérpretes.
Acabei por ver três concertos no sábado e mais três no domingo, incluindo o de encerramento. O ambiente que se vive pelas ruas do centro transborda cultura mas sempre de forma descontraída, o que me agrada. Se tivesse que conviver exclusivamente com malta toda aperaltada, com vestes de gala, já não teria tanto gosto pelo festival.
Entre concertos ainda deu para testar o novo Citroöen DS3 de 110 cavalos pelas ruas de Belém. Dá uns solavancos jeitosos!
Bem sei que esta mensagem já vem tardia, afinal de contas já passou quase um mês do evento! Ainda assim, aqui fica o roteiro que cumpri com especial atenção para os dois concertos finais, tanto do sábado como do domingo.
Sábado:
Ensemble Mediterrain – Villa-Lobos, Schoenberg e Saint-Saëns
O Guardador de Canções – Looney Tunes, Merrie Melodies e Silly Symphonies
The Duke Ellington Orchestra – Duke Ellington
Domingo:
Edicson Ruiz e Sergio Tiempo – Piazzolla e outros (contrabaixo + piano)
Schostakovich Ensemble – Fernandes e Dvorák (Filipe Pinto-Ribeiro ao piano + violino, viola e violoncelo)
Concerto de Encerramento – Don Juan de Strauss e Porgy and Bess de Gershwin
Estante nova cá em casa implicou uma arrumação desejada de livros, CD's e DVD's, estes dois últimos muito desprezados desde que o mp3 e o divX tomaram conta do mercado. Como boa saudosista que sou, pus-me a recordar os tempos em que ouvia uma determinada música em modo repeat e teimosamente tentava decorar a letra que vinha no livro da capa do CD (que frustração que era quando não punham... bons exemplos disso mesmo eram os álbuns de Pearl Jam).
Um dos CD's que arrumei e que está num estado lastimável, com a capa partida e o livro a desfazer-se, é o duplo Mellon Collie dos Smashing Pumpkins, a minha banda de eleição na adolescência. Este álbum saiu quando eu tinha apenas 15 aninhos, após um aclamado e supreendente Siamese Dream, que ouvi de relance, muito diferente de tudo o que tinha ouvido até então. Tenho gravado na memória o dia em que entrei na sala de convívio da Secundária de Odivelas e o vídeo do bullet with butterfly wings passava numa TV. Uma obra prima dos anos 90, com 28 músicas cheias de raiva, amor, energia, poesia e beleza. Para mim o auge dos SP, e do seu awkward líder Billy Corgan. Quando comprei este álbum, que faz parte dos primeiros 5 que tive, fiquei de imediato fã do cd2 - twilight to starlight - deprimindo-me diariamente ao som de músicas como thirty-three, in the arms of sleep, 1979, stumbleine e by starlight, mas mais tarde comecei a dar preferência à parte mágica e bela e mais segura de si contida no cd1 - dawn to dusk - com tonight, tonight, zero, bullet with butterfly wings , an ode to no one e to forgive.
Aqui fica uma para recordar e lembrar os tempos de teenager.