terça-feira, 23 de abril de 2013

Dias da Música 2013 – O Impulso Romântico


O fim de semana que passou foi dedicado à música, mais clássica e menos contemporânea. Mais uma edição dos Dias da Música, mais uma presença deste vosso amigo! Este ano atrasei-me a comprar os bilhetes e o resultado foram alguns lugares menos bons nalguns concertos. Ainda assim, vamos para ouvir e ouviu-se boa música.

Missa Solemnis, Beethoven

Tudo começou na sexta feira à noite com o mais grandioso dos quatro concertos a que assistimos.
Por falta de bilhetes na plateia, seguimos para os camarotes laterais. Devo dizer que a experiência foi do meu agrado, já a TZ sentiu que os sons não se misturavam o suficiente (tem a mania que é entendida)!!! Para alguém, como eu, que aprecia mas não percebe muito, poder ver a orquestra por cima e perceber exatamente onde está cada instrumento e qual a sua preponderância em cada momento ou andamento é interessante. Além disso, ver um concerto de música clássica no grande auditório do CCB num camarote é outro estilo :)
Relativamente ao concerto propriamente dito, não fiquei estarrecido mas gostei. Para além da Orquestra Metropolitana de Lisboa, atuaram também os coros de Freamunde (Ensemble Vocal) e Lisboa (Lisboa Cantat) bem como quatro solistas vocais - soprano, meio-soprano, tenor e baixo. Houve momentos de verdadeiro poder sonoro, principalmente quando os dois coros “davam tudo”, mas, talvez por ser uma missa, não me agarrou por completo. Sem dúvida que gosto mais das sinfonias dele.


Sinfonia nº 3 Heróica, Beethoven

No sábado os concertos começaram cedo, às 14h00 estávamos de volta ao grande auditório mas desta vez na plateia.
Este foi o concerto de que mais gostei do fim de semana musical. Na verdade, achei arrebatador! Pelo que dizem os entendidos, esta é a composição que marca o fim da era clássica e o início do romantismo, precisamente o tema do festival. O maestro, Pedro Carneiro, deu show! No fim do dia ouvi uma entrevista que deu à Antena 2 em que disse que estava fisicamente cansado, porque terá sido? Um aspeto que me surpreendeu foi o facto de os músicos estarem todos de pé, à exceção dos violoncelos e contrabaixos de cordas, naturalmente. Por falar em contrabaixos de cordas, este foi o naipe que mais me chamou à atenção, talvez porque o chefe de naipe parecia um cowboy do faroeste com o instrumento a rigor. Começo a chegar à conclusão que este é o instrumento que mais me agrada ouvir, já quando vi o Trio Jack Loussier, neste mesmo festival, noutro ano, fiquei com a mesma sensação.

O Poeta dos Sons

E agora para algo completamente diferente mas absolutamente representativo deste período romântico, um teatro musical ao melhor estilo das serenatas do séc. XIX. Catarina Molder (soprano), Rui Baeta (barítono) e Angel Gonzalez (piano) representaram respetivamente Clara Shumann, Robert Schumann e Johannes Brahms. Os problemas de Robert com a crítica, a sua falta de inspiração, o amor com Clara, as serenatas entre eles, a amizade de Brahms, tudo isto foi representado em pouco mais de meia hora. Teria sido melhor se tivesse sido cantado em português em vez de alemão que, infelizmente, não domino! Ainda assim, gostei do ambiente mesmo com uma sala excessivamente quente que deixava o sono apoderar-se de nós, alguns de nós pelo menos!

Blues, Samuel James

Acabámos ao som da peculiar guitarra de Samuel James. Este trovador das raízes do Soul é uma espécie de Legendary Tigerman americano. Que eu tivesse visto, só tinha uma guitarra na mão mas parecia que estava a tocar vários instrumentos ao mesmo tempo. Aproveitem para o ver ao vivo da próxima vez que por cá passar desde que numa sala pequena e intimista, é como resulta melhor. Deixo-vos com um vídeo que encontrei.

Samuel James - Nineteen

RECOMENDO TODOS OS ANOS EM ABRIL

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