O fim de semana que passou foi dedicado à música, mais
clássica e menos contemporânea. Mais uma edição dos Dias da Música, mais uma
presença deste vosso amigo! Este ano atrasei-me a comprar os bilhetes e o
resultado foram alguns lugares menos bons nalguns concertos. Ainda assim, vamos
para ouvir e ouviu-se boa música.
Missa Solemnis, Beethoven
Tudo começou na sexta feira à noite com o mais grandioso dos
quatro concertos a que assistimos.
Por falta de bilhetes na plateia, seguimos para os camarotes
laterais. Devo dizer que a experiência foi do meu agrado, já a TZ sentiu que os
sons não se misturavam o suficiente (tem a mania que é entendida)!!! Para
alguém, como eu, que aprecia mas não percebe muito, poder ver a orquestra por
cima e perceber exatamente onde está cada instrumento e qual a sua
preponderância em cada momento ou andamento é interessante. Além disso, ver um
concerto de música clássica no grande auditório do CCB num camarote é outro
estilo :)
Relativamente ao concerto propriamente dito, não fiquei
estarrecido mas gostei. Para além da Orquestra Metropolitana de Lisboa, atuaram
também os coros de Freamunde (Ensemble Vocal) e Lisboa (Lisboa Cantat) bem como
quatro solistas vocais - soprano, meio-soprano, tenor e baixo. Houve momentos
de verdadeiro poder sonoro, principalmente quando os dois coros “davam tudo”, mas,
talvez por ser uma missa, não me agarrou por completo. Sem dúvida que gosto
mais das sinfonias dele.
Sinfonia nº 3 Heróica, Beethoven
No sábado os concertos começaram cedo, às 14h00 estávamos de
volta ao grande auditório mas desta vez na plateia.
Este foi o concerto de que mais gostei do fim de semana
musical. Na verdade, achei arrebatador! Pelo que dizem os entendidos, esta é a composição
que marca o fim da era clássica e o início do romantismo, precisamente o tema
do festival. O maestro, Pedro Carneiro, deu show! No fim do dia ouvi uma
entrevista que deu à Antena 2 em que disse que estava fisicamente cansado, porque terá sido? Um aspeto que me surpreendeu foi o facto de os músicos estarem
todos de pé, à exceção dos violoncelos e contrabaixos de cordas, naturalmente. Por
falar em contrabaixos de cordas, este foi o naipe que mais me chamou à atenção,
talvez porque o chefe de naipe parecia um cowboy do faroeste com o instrumento
a rigor. Começo a chegar à conclusão que este é o instrumento que mais me
agrada ouvir, já quando vi o Trio Jack Loussier, neste mesmo festival, noutro
ano, fiquei com a mesma sensação.
O Poeta dos Sons
E agora para algo completamente diferente mas absolutamente
representativo deste período romântico, um teatro musical ao melhor estilo das
serenatas do séc. XIX. Catarina Molder (soprano), Rui Baeta (barítono) e Angel
Gonzalez (piano) representaram respetivamente Clara Shumann, Robert Schumann e
Johannes Brahms. Os problemas de Robert com a crítica, a sua falta de inspiração,
o amor com Clara, as serenatas entre eles, a amizade de Brahms, tudo isto foi
representado em pouco mais de meia hora. Teria sido melhor se tivesse sido
cantado em português em vez de alemão que, infelizmente, não domino! Ainda
assim, gostei do ambiente mesmo com uma sala excessivamente quente que deixava
o sono apoderar-se de nós, alguns de nós pelo menos!
Blues, Samuel James
Acabámos ao som da peculiar guitarra de Samuel James. Este
trovador das raízes do Soul é uma espécie de Legendary Tigerman americano. Que
eu tivesse visto, só tinha uma guitarra na mão mas parecia que estava a tocar vários
instrumentos ao mesmo tempo. Aproveitem para o ver ao vivo da próxima vez que
por cá passar desde que numa sala pequena e intimista, é como resulta melhor.
Deixo-vos com um vídeo que encontrei.
Samuel James - Nineteen
RECOMENDO TODOS OS ANOS EM ABRIL
Quanto ao Samuel James, mil vezes melhor ao vivo.
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