Porquê juntar estes dois filmes? Qual a relação? Nenhuma, à
primeira vista. São bastante diferentes um do outro mas tanto um como o outro
são adaptações de textos reconhecidos e premiados. O primeiro mais cénico e
envolvente, o segundo mais teatral e emocional. Ambos excelentes.
O Grande Gatsby
F. Scott Fitzgerald, Baz Luhrmann, Leonardo DiCaprio e as
duas nomeações para os Óscares de Direção Artística e Guarda-Roupa são os pontos
fortes deste filme. E são suficientes.
Começando pelo início, F. Scott Fitzgerald escreveu este
romance como crítica à sociedade materialista americana do período de grande
fulgor económico. O livro tornou-se um clássico, faz parte do currículo escolar
americano e é por muitos considerado o romance americano por excelência do
século XX. Foi inúmeras vezes adaptado para teatro, televisão, ópera, ballet e,
claro, cinema, tendo a versão de Coppola de 1974 ganho dois Óscares.
Agora Baz Luhrmann. O argumentista, realizador e produtor de
Romeu e Julieta, Moulin Rouge! e Austrália reaparece com mais um filme à sua
imagem. O Grande Gatsby, filme, capta o materialismo, o romance e a
superficialidade de relações características do livro e acrescenta-lhe emoção,
vivacidade, dinâmica e aquela musicalidade tão própria de Luhrmann. Há ainda a cor.
Os filmes de Luhrmann têm cores vivas, berrantes até, e às vezes fortes mas
escuras, tudo quando tem que ser e por incrível que parece as cores também
falam, tanto ou mais do que as bandas sonoras. Este filme não é exceção no que
respeita à imagem e no que respeita à banda sonora, mais um vez Luhrmann está
presente. Era bom que este que é um dos grandes artistas cinematográficos da
atualidade fosse reconhecido ao invés da injustiça que lhe foi feita com Moulin
Rouge!, pelo menos pela Academia de Hollywood.
Por fim, Leonardo DiCaprio. Não há muito mais a acrescentar
ao que já foi dito aquando de O Lobo de Wall Street. É um dos melhores da
atualidade e tem aqui mais uma fantástica representação. Porque foi nomeado
pelo outro filme e não por este? Não sei nem percebo o critério!
Talvez O Grande Gatsby não seja um dos filmes do ano mas é
mais uma excelente obra a juntar ao espólio de qualidade de Baz Luhrmann.
The Great Gatsby – Trailer
RECOMENDO ESTE E TODA A FILMOGRAFIA DO AUTOR
Um Quente Agosto

A habitual junção familiar que se segue ao falecimento dum
parente serve, nesta história, para evidenciar todos as dificuldades que
decorrem duma família disfuncional, com problemas afetivos, de expressão de
sentimentos e até de adição de medicamentos e álcool. Ora, representar isto com
este elenco é garantia de qualidade e a prová-lo estão as nomeações de Streep
(tem que ganhar!) e Roberts para os galardões de representação. O argumento é
bom, o filme torna-se pesado porque vemos nele situações reais com as
quais nos conseguimos relacionar. A solidão e o desespero são dois sentimentos
que estão latentes. Isto é Hollywood mas nem sempre há um Happy Ending!
Um das críticas feitas a este filme é de que não se consegue
distanciar da peça de teatro que lhe deu fama. Não vi a peça e não conhecia o
texto por isso tenho dificuldade em interiorizar a crítica, ainda assim, posso
admitir que o cenário do filme me pareceu ideal para uma peça de teatro.
Já agora, sou só eu que acho o Sam Shepard e o Chris Cooper
iguais? Parecem-me gémeos e não os consigo distinguir!
Um Quente Agosto é, para mim que não vi a peça de teatro, um
dos filmes do ano.
August: Osage County – Trailer
RECOMENDO MUITO A QUEM, COMO EU, NÃO TENHA VISTO A PEÇA
Outros filmes deste ano:
Blue Jasmine e Antes da Meia Noite
Golpada Americana e O Lobo de Wall Street
12 Anos Escravo e O Mordomo
Gravidade e Capitão Phillips
Outros filmes deste ano:
Blue Jasmine e Antes da Meia Noite
Golpada Americana e O Lobo de Wall Street
12 Anos Escravo e O Mordomo
Gravidade e Capitão Phillips
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