quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Contos clássicos

Acabada a viagem pela península da Indochina (da qual resultou as fotos que mostrámos anteriormente), estou de volta às publicações e, como não poderia deixar de ser, ainda com influências da dita viagem.
Como já é habitual, levei comigo dois livros duma colecção de trinta contos clássicos editada pela Quasi e oferecida pelo Diário de Notícias em 2008. São livros pequenos que não pesam na mala e lêem-se bem nas imensas ligações que normalmente fazemos. Para além de que são clássicos, quem não gosta dos clássicos?

O primeiro que li foi A Peste Escarlate, de Jack London. Já sei onde o Saramago foi tirar aquelas ideias ficcionadas para escrever alguns dos seus livros! Gostei bastante.
A forma como o autor projecta o ano 2013 (o livro foi escrito em 1912!!!) é muito interessante. É claro que já não usamos o telégrafo, seria fascinante se o homem tivesse previsto a chegada da internet (!), mas, ainda assim, a sua imaginação levou-o a uma descrição do futuro não muito distante da realidade, nomeadamente, no que respeita ao aumento da população e ao ritmo de vida actual. Gostei igualmente da forma como ensaia uma regressão do conhecimento humano e do seu comportamento a um padrão mais instintivo, próprio de civilizações mais primitivas.
Como em todos os contos, a mensagem subliminar é poderosa. Neste, a atenção do autor é direccionada ao relacionamento humano em situações de crise, desconforto ou simples mudança.
O livro é pequeno e lê-se bem numa folgada apenas, tal como foi dito por Zaracotrim.

Quando estava a regressar comecei a ler o segundo livro, uma história famosa escrita em 1886, O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde, do inglês Robert Louis Stevenson. Penso que muita gente conhecerá já este conto nem que seja pelas inúmeras adaptações televisivas em formato de desenhos animados.
O livro é um pouco diferente do que eu me lembro de ter visto em criança. É mais taciturno e misterioso. Não é, com certeza, por acaso que, ao longo da história, está sempre de noite ou a chover! Se não soubesse de quem era o livro diria que tinha sido escrito por um inglês no século 19. A escrita cuidada, muito expressiva e bem ritmada, ao bom estilo de Conan Doyle, são características que associo à literatura inglesa desse período.
A mensagem aqui é mais óbvia. Ainda no campo do comportamento e das relações humanas, há um claro confronto entre o que é bom, representado por Jekyll, e o que é mau, representado por Hyde, e o entrosamento com as restantes personagens tem esta dicotomia sempre latente.
Tal como o anterior, é um livro pequeno que se lê com facilidade. Deste, tenho a acrescentar que vicia. Saber o que vai acontecer no fim é uma necessidade primária que tem que ser satisfeita com a máxima urgência. Não se deverá pegar neste livro se não se tiver duas horas para o ler até ao fim, em caso contrário o sofrimento existirá.

RECOMENDO EM VIAGEM